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quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Dia 17 antes do Natal

Hoje andei um bocadito macambúzio. Senti um aperto no lado do coração. Uma vontade de alguém me esganar. De me espancar até não restar de mim nem palha nem aresta. Mas porquê!? Que mal eu terei feito? Que mal eu fiz? O que foi? Quem terá tal ímpetos? Que “umzinho” é? Ou são “doizinhos”!? Pressinto que vou estar perante um homem de capa preta. Para mim era ouro sobre azul sempre quis conhecer o Zorro (mais um dos meus ídolos de criança). Só não sei se terá a mascara nos olhos! E se faz um Z nos “cus” dos seus rivais ou na testa! Ou será o Homem do Porto Sandeman, esse, vejo-o muitas vezes em cima de um telhado na Rua Corpo de Deus em Coimbra. E claramente nas garrafas desse néctar precioso. Como diz o Brasileiro “se rolar rolou”. Estou pronto para tudo. Menos, para não me esquecer de uma promessa que fiz a um dos maiores homens da nossa história e da nossa cidadania… Pela milésima vez reafirmo, não despertem o espantalho, que existe dentro de mim, pela simples razão que sou dado à boa paz, e á má intemperança quando me apertam os calos, ou se põem a pensar por mim e a definir o que devo fazer ou não. A dor de crista, a inveja, a ignomínia de julgar os nossos actos sejam eles quais forem, só demonstra a falácia dos julgadores. Como são uns incultos, e propensos a nos alcovitar de viés uns pelo endeusamento que se devotam a si próprios e outros pelo escorropichar o último trago de vinho que fica entre o fundo do copo e sua garganta. Demonstram que são uns ignóbeis broncos e de forma pelintra, que a imbecilidade é o seu andarilho. Quando nada fazem para “brilhar” desculpam-se de qualquer maneira apontando o dedo aos outros, capaz de o fazer, exclamando “…eu não tenho tempo…”. Esses medíocres só são do seu Clube quando o seu clube ganha… quando perde… metem o seu treinador num milésimo de segundo de bestial a besta. O seu Clube volta a ganhar entre um arroto a cheirar a vinagre e um flato silencioso mostram a sua génese, cheiro e raça… Amigos falsos. “Amigos” aos quais chamo: pessoas que se relacionam comigo. Uma confidência para mim vale uma escritura sagrada. Para alguns é uma pista para patinarem o seu caudal de pouca qualidade, estão sempre mais no chão que de pé…


O espírito de Natal, no mês de Natal é uma aleivosia, uma força estranha de pura hipocrisia, indecência social, algo de contumaz, nojice melancólica, descuido social e de cidadania, uma fotografia fugaz, uma soltura de fé de má índole e mau teor que roça a tonelagem da barbárie intelectual. Existem onze meses e vinte e quatro dias que as pessoas observam, registam, desviam-se e negligenciam o mesmo ser humano que tentam dar a mão – no mês do nascimento do Menino Jesus – “exibiram-se” no outro percurso de tempo sem qualquer eficácia a pedir pão.


Temos que mudar este conceito de aconchego emocional… só quando existem pinheiros iluminados, neve (?) no presépio e nos dias em que consentimos de bom grado musgo em nossa casa. Muitas das vezes para culminar o repasto, existem exuberâncias à boa maneira portuguesa de umas querelas e cotejos, encarnados pelo deus Baco. Autenticando o cinismo de tal comezaina… reflexo de um ano disso mesmo. Não haver espírito de equipa. E colocando em causa uma arte ou profissão, devido aos impropérios usados e actos praticados. O espírito de Natal fecunda-se todo o ano, e contempla-se – quando autentico com um encontro para o celebrar em tipo de balanço. Com a parcimónia adequada e de bulíramos aonde podemos melhorar ainda mais e corrigirmos o que de menos conseguido fizemos. Esse é o jantar de Natal com o qual me identifico. Não para estrangeiro ver que “lindo grupo ali está unido de garfo e faca na mão”… …


Mas voltando á minha, preocupação - nesta época de jantaradas e boa harmonia, que sela um balanço de “boa camaradagem”, e de inclinações enólogas de mal dizer com ferroadas nas costas. Estou atrofiado. Necessito de desabafar. Será que vou desabafar a “umzinho” ou a um “doizinhos” ou a um colectivo!? Não sei nem me preocupa nada. Mesmo nada. Tranquilo. Com muita tranquilidade… falando de tranquilidade, se fosse seleccionador nacional, convocava o velho João Tomás, e não convocava jogadores suplentes nas suas equipas. Tudo gente de primeiro plano, com ritmo competitivo. Eu estou numa forma… mas isto é só baseado em treinos de escrita quando for de dar aos dentes, isso é que vai ser comer. Como sabem estou sem dentes. Quero inaugurar a dentuça nova num Restaurante que seja especialista em confeccionar Chanfana. Na altura própria escolherei, quem ainda não tem o Diploma de Certificação. Parece que em cada ano é dado a quem concorre e ainda não o tenha recebido. Sou muito solidário para com os excluídos.


Num país que não prima a competência mas o “nacional porreirismo” de distribuir lugares pelos amigos, afilhados, filhos, primas e primos, acólitos e paspalhos de militância, Vila Nova de Poiares não foge a essa regra. Quantos de nós não vemos partir os nossos filhos para extra-muros ou mesmo estrangeiro para fazer pela vida. Tenho um caso familiar que um dos meus foi obrigado a emigrar por várias vicissitudes da vida, erros nossos de percurso e também porque um cretino que tem a mania que manda em tudo e todos, ameaçou um seu representante na sua arte se continuasse a representa-lo, não comia do prato do seu “hotel”. Esse ordinário, rancoroso, escroque a raiar a senectude… como não me consegue atingir, vingou-se num dos meus. Todas as contas têm que ter uma soma. Estou com imensas dificuldades para pagar, ao meu merceeiro – quase que como a esmolas - e as umas pessoas particulares que me emprestaram dinheiro. Aos bancos que me venham buscar o que quiserem. Que me levem preso … não tenho capacidade de ser “cliente tipo caviar”. Tudo fiz para tentar honrar os meus compromissos, mas exigiam – me: fiadores; que metesse os meus filhos ao barulho ou outras nuances que nem eu próprio entendi bem… Não tenho vergonha de ser quem sou, nem da situação em que estou metido. Lamento só estar a prejudicar os amigos que confiaram em mim. Mas eu vou honrar o meu nome perante a sua benevolência e temperança. Humildemente peço desculpa. Nunca tive medo da verdade. Nem sou indivíduo para a vitimização ou coitadinho. Eu vou sair desta situação, com toda a certeza. Sei lutar, tenho empenho e força, para a tormenta que por aí vem…


Agora com esse putrefacto de espécie de gente, não lhe darei tréguas. É um hediondo boneco sujo… Rodeado de manequins sem estofo para vestirem sequer uma camisa branca, tantas são as nódoas que lhe aparam e sustentam.


São piores que ele, um milhão de vezes. Pessoas que por comodismo não enfrentam a realidade e vão para os seus ofícios. Pessoas que se colaram na sua sombra e fazem de cobradores de autocarro, deixam-no circular por qualquer banco, sem que pague o seu bilhete. Quando surge o fiscal, pagam-lhe o bilhete… Pessoas que lhe homologam os seus impulsos dizendo sim com a cabeça, mas querendo dizer não com a boca. Se não concordam sejam dignos e saiam. Existem suplentes.


É triste ver um filho partir assim. Muito triste... não tenho quem o substitua. Porque ele é único. É o meu ídolo. O meu herói. E eu sinto a sua falta.


Força e muita coragem. Amo-te. Luta pelos teus ideais. Tu vais vencer. Estarei sempre na primeira fila para te aplaudir.



ALBERTO DE CANAVEZES/JORGEGONÇALVES