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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

POEMA - A arte do meu arado.

Trago comigo… agasalhado


Um símbolo de água e pão.


Numa vontade de ser… útil.


Aprendi amar o seu galope


Entre os pisos e pó do chão


Ao ritmo da alma e coração.



Idolatro… a arte, deste arado


De retalhar do tempo… novas


Soltar rugas, de nada ser fútil


Acordar recatos num envelope


Semeando ânsias e manobras


De mover o mundo em obras.



Carteiro é ser como a formiga


Acarretar novas, abonar ilusão


Apinhar os olhares de celeiros


De farinhas… e de uma espiga


Em que desfolhada dá abraço


E rosas, caídas de um regaço.



Bom dia, como está Dona Maria?


Olá, boa tarde… José de Nazaré!


Eu amparo a claridade de um dia


Numa rota sem astros mas de fé


Em aproximar o longínquo perto,


Num símbolo de elegância aberto.



Boas novas. Tristes sinas e fado


Fortes incómodos…e fidelidades


São, pregões de hoje e passado


Que cavalgam gerações e idades.


Do eu… acabo por de ser família


De todos os aliados do dia-a-dia.



Ser Carteiro é criatura confidente


De muitos ais. E choros amargos.


Ser carteiro é abreviatura. Gente.


De muitas alegrias e dons largos


Ser Carteiro é um tempo vestido


De bonança e temporal aquecido.


ALBERTO DE CANAVEZES