O que é que se tem contra as consoantes!?
Ou até contra as vogais!?
- Amigo, hoje já não é como dantes!
Hoje até de todos os “uís” se fazem ais.
- Amigo, hoje já não é como dantes!
Hoje até de todos os ninhos saem pardais.
- Amigo, hoje já não é como dantes!
Hoje até de todos os germes se cultivam nos quintais.
- O que são: consoantes?
Diga!
Exponha o seu caso…
Vem me parecia, existem atenuantes!
Dói-lhe a barriga?
Atavie o seu casaco…
- O que são: vogais?
Atirou-as para o fundo do saco!?
… Mas que grande espiga.
Vem me parecia, existem cambiantes!
Não encontra: assacais?
- Amigo, hoje já não é como dantes!
Não encontra: arraias?
- Amigo, hoje já não é como dantes!
Não encontra: varais?
- Amigo, hoje já não é como dantes!
Existe tempo no tempo para que o tempo
Faça do tempo com que o tempo o tire do tempo!
Existe no momento
Um momento...
“Em que a fronte do artista…”
Confronte no momento
O momento para sair de pista.
- Já sabe o que são consoantes?
Não sabe que é que isso me importa!
- Já sabe o que são vogais?
Não tem problema, eu abro-lhe a porta.
- Se vai para a rua?
Quero lá saber se com, ou sem bornais!
É bom que a praça fique limpa e nua
Para ser nossa... do povo
...e jamais sua.
- Entendeu?
Quer que eu explique de novo?
Já agora!...
Problema seu…
Dê espaço a outro: vá embora.
ALBERTO DE CANAVEZES