Agora neste preciso e adequado momento
Tenho uma lágrima num canto do olho
É como ouvir um pianista, num piano a solo
E ela, escorrer -me da cara como um divertimento.
Ontem nesta precisa mesma hora, menos atento
Ela apareceu sem lhe dar confiança nem acolho
Foi como ver o piano sem o artista e a solo
Ocupar o seu banco e num apre compô-lo
Numa melancolia a abordar um encantamento.
Troquei as teclas de posição: a, meu contentamento
Mirei-as. E meneando o olhar triste: - recolho
Uma melopeia sendo, eu, o pianista a solo
Ninguém - mas… ninguém a ouviu - não a disponho!
Algo de mim partiu, deixa – me entre o si; o lá e o dó
Entre um palavra e um poema inacabado sem rima
Como sentir as outras notas de música atadas num nó
E eu entre o banco e o piano num tom de frima…
- Até logo!
- Até logo!
Nunca se diz adeus…
Nunca! É um intento…
Fecha-se os olhos no sair.
Um pequeno abraço.
Tarda – se um pequeno tempo …
Abrem-se os olhos no advir.
Outro grande abraço!
Jorge Gonçalves
(Para Ti … Para Ri…)
Amo-vos