Ando numa roda-viva, para ver se consigo recuperar a dignidade financeira que perdi. Alguns erros de percurso… ter ficado fiador... e agora eu é que me tramo mais os meus filhos para pagar “o calote”. Estou em insolvência ou linguagem do Boxe: estou quase KO.
Andei de Instituição Bancária em Instituição Bancária a tentar renegociar as dívidas. Levei sempre com a ripa. Numa aguardo resposta sobre a consolidação de créditos. Noutra penhoraram – me uma madeixa do ordenado sem apelo nem agravo. Noutra só pago quando consigo. Naqueloutra vão vendo a cor do dinheiro quando alguém me estende a mão. Eu sei lá que mais. Concluíndo estou a ficar um “vigarista refinado” mas honesto, quero pagar mas ninguém me facilita nos prazos nem nos juros… estou manietado e quase sujeito a dormir na rua. Mas enquanto isto me acontece a mim e a mais três famílias portuguesas por dia… Neste país do mais puro ímpeto de ordinarice financeira, manigância de tráfico de influências e amizades e compadrios existem Portugueses cujos créditos podem raiar a universalidade do esbanjadouro. Se um cidadão normal – que não eu - tiver a sua conta à ordem a descoberto nem que seja num cêntimo aqui-d`el-rei, caiem os sinos de Roma e da Santíssima Trindade. Mas a proporcionalidade da cidadania e importância está no protagonismo que qualquer um ostenta e cultiva entre comensais e indivíduos sem escrúpulos que se espalham pelos poderes de decisão. São indivíduos que criaram estirpes e estalões para quanto, cada um deles pode mamar nas nossas costas. Sim porque esta democracia fomenta – se de ladeiras, outeiros, valeiros e coutadas.
Não é que eu descobri… ao tentar tratar da minha vidinha … que numa Agência Monetária cá da nossa santíssima terra: existem clientes “tipo caviar” e outros “tipo hortaliça” em contas de movimentar ao segundo, minuto ou hora!?
Uns possuem a conta a descoberto nuns cêntimos “ tipo hortaliça” são logo intimidados para colocar lá o dinheiro dentro dos trâmites estabelecidos e “muito depressa”. Os de “tipo caviar” podem lá ter uma conta por exemplo: como temos vinte dedos ao todo; uma definição de “três” para nos definir a nossa honra; e temos uns indícios de alboroque quando nos sentamos para abrir uma conta. Quero dizer por exemplo que tal cliente "tipo caviar” raia: os vinte e três mil euros e uns bons e valentes pares de cêntimos a descoberto!
Aonde começa a equidade tão propalada e pára a utilização da incumbência de lugares para tirar tal proveito… que o comum dos mortais não consegue jamais obter!?
A minha revolta é demais para estar calado e não denunciar esta situação na terra do mais velho Autarca em exercício do País denominado “dinossauro” pelos seus pares e comunicação social: o Exmo. Senhor Comendador Jaime Carlos Marta Soares.
É obra tal faceta. Uma empreitada que nos envergonha a todos e nos coloca na redundância da universalidade das coisas. Uns serem filhos da mãe e outros de quem os pariu!
Escandalosamente eu quero que me dêem oportunidades para assumir o que de boa fé assinei e me comprometi a efectuar e pagar. E não tenho hipótese. Ingenuamente existem pessoas assim, a descoberto, e não existe ninguém que lhes dê mais farpela com mais bolsos – muitos bolsos - para arrumarem mais dinheiro. Mete dó tal situação. Inventem, usufruam… porque realmente os culpados são os clientes "tipo hortaliça” de não termos nascido e sermos criados com o vosso jeito e argúcia de manusear os talheres para comer caviar. Da minha parte, desculpem a minha rudeza de etiqueta e de boas maneiras.
JORGE GONÇALVES