Não serei eu sozinho que mudarei o mundo
Que de espada em punho esgrimirei duelos
Combaterei injustiças, tráfico de influências
Aparelharei o desleixado e arearei o imundo!
Apetece-me declamar todos os nomes de não conato:
- Umzinho; Déspota; Violador; Hirco; Paspalho; Tirano;
Sacana; Estropício; Mentecapto; “Aboizado”; Beltrano;
Carneiro; Esbanjador; Embusteiro; Espantalho; Sicrano;
Batoteiro; “Viagrudo”; Gay; Putanheiro; Demo é: fulano!
Não falo no singular do “és”…
Falo no plural…
Podes acreditar
Juro por todos os santinhos
Até finco os pés.
É… para quem enfiar o carapuço
Até pode ser o chanfanix
Cotejo por guinchos…
- Para quê em ti… essa cara de Urso?
Se os meus heróis são o Asterix mais o Obelix!
Viva a imaginação e a libré manigância
De se dizer uma coisa e julgar diferente
Viva um poeta pequeno com elegância
Que ao lado de um asno se sente gente.
Viva o galanteio de um homem a outro marido
Mas não o de casar e fazer sexo de “beira-mar”
Não vá alguém dizer para não cair ignaro: - “tá dito tá dito!
Porque gosto de me sentir bem… e vem querido
Entre as mulheres de bainha e de as amar...
Porque se for o que exprobro na prima frase estaco: aflito!
Não escrevo para magoar ninguém. Não disparo, uso letras
Tão pouco. Quiçá! Ente soar ou chalacear umzinho genérico
Porque o que quiserem dizer que eu disse são tudo tretas
De um poeta que da prata cria o ouro a estilo e dom patético!
ALBERTO DE CANAVEZES