Depois de um dia selectivo – o de ontem – nada como temperar a minha “vergonha” com a vergonha dos outros. Algumas pessoas que viram a “película”, cochicharam quando eu passava - aparentemente poucas - e outras inclusive prontificaram-se a ajudarem-me… Pago como! Não vou lesar mais ninguém. Vou nesta tormenta até aonde a minha resistência der e a paciência tiver limites. Mas também me disseram coisas muito engraçadas e jeitosas. E essas, confesso deram-me um certo gozo ouvir, e duas delas vindas de onde vieram, então fizeram-me abrir a boca de orelha a orelha - por pouco tempo - porque tenho vergonha de não ter a devida cremalheira, ainda. É de bradar aos céus. Eu se quisesse, ainda dobrar mais um bocado a coluna para apanhar algum peixe, que ficou detido na valeta da peixeirada de ontem, ainda poderia acabar de atestar alguns cestos. Mas como adoro ser a pessoa que sou, com os meus defeitos e virtudes. Por agora e se calhar por um anitos, a coisa dá para me dar mais génio para lutar para sair da porcaria em que estou. Tentei ser útil… lixei-me. Bem feito. Mas, em qualquer história existe sempre um “mas”. E esse “mas” desta história vem muito a propósito para se colocar no Natal, com “N” grande. Existem pessoas a quem devemos dinheiro que nos abordam assim:
- Tocam na campainha de casa, docemente, e aguardam que alguém do outro lado nos atenda. Falam pelo comunicador, pedem a presença de alguém de casa, muito em particular do cabeça da dívida - não estou a dizer cabeça da herança - repito, do cabeça da dívida e após a presença do cujo, o afectado, expõem a sua “exigência”, num tom pausado e que só ambos fiquem a saber… … não vale continuar o texto porque o resto já sabem dos procedimentos. Não é verdade? Entre os factos também o deus baco, entorna tudo. Passem bem, muito obrigado. A única coisa que lamento foram os decibéis a mais… quanto ao resto cada vez gosto mais de ser quem sou. Da família que tenho. E de uma rafeira a quem eu chamo “Panchita” e outros membros da minha família chamam “Lucky” e dum Lavrador que chamo “Elvis”. Os outros “cães” estão sitiados na CGD; BES; Millenium bcp; Cófidis e Finicrédito (?). Depois devo ao meu colega Marquês 15 euros; ao Chélito 25 euros; 750 euros ao Miguel Amado ao Lino 2.000 euros e 250 euros ao Carlos Campos, (aos três) acrescidos dos respectivos juros.Na oficina do Rolo 1000 e tal euros (?). Ao José Adelino – o merceeiro - não sei ao certo confesso. Também não vi ainda no vidro a fita do calote. Mas em breve vou pagar ao homem…
Tenho a confessar que também emprestei uns bons pares de euros e estou a ver navios… mas uma coisa nada tem a ver com a outra. Devo e pretendo pagar. Esperem lá lembrei-me agora que devo 20 euros ao Carlos sapateiro, 250 euros a uma senhora que pede anonimato e oitenta euros à Dona Etelvina. E uma lata de tinta e umas “bugigangas”, na firma M.N. Carvalho e Cª Lda. Devo na Honda Coimbra duas revisões, 300 euros e picos. E ando num troco/troco com um líder. Mas está controlada a coisa. Penso que não me falta nenhum, mas como existe muito boa gente que sabe mais da minha vida do que eu, que façam o favor de lhe acrescentar o que falta, se o houver (?) ou me mandem para o meu correio electrónico para eu actualizar a lista… caso contrario podem fazê-lo através do diz que disse. Existem uns “resíduos” de um projecto desportivo … mas está a amoldar-se.
Como vêm a minha vida é um livro aberto. Mas uma coisa é certa nunca coloquei as minhas dividas nas contas dos “outros” para pagarem. Agradeço a ajuda que a minha família mais directa me presta, assim como algumas Instituições de Solidariedade Social para eu poder ter o necessário em minha casa… Destaco a bravura das minhas filhas, Joana, Cláudia e Maria José, que se privam de muita coisa para me ajudarem. Peço desculpa à minha esposa por esta “tempestade” que de todo em todo não merecia. E ao meu “teimoso” Sogro e “carraça” Mãe. Vem longe, o meu filho Tiago e a Rita lutam também para nos ajudar. Como posso ser um homem triste com uma família assim!?
Para terminar tenho que confessar que tenho quatro bichos que dizem: “miau-miau” (Fifócas; Chico; Yara e a Kika” que comem por cá… por casa dos meus vizinhos. O que se queixa mais é o meu amigo Alfredo. Tenho receio que qualquer dia sou convidado para casa dele para comer coelho à caçador. E tenho um pássaro numa gaiola que ainda não tem nome.
Se quiserem um curriculum mais actualizado ajudem-me a fazê-lo, por favor. Faça o que eu fizer, sou sempre susceptível de críticas. Se trabalho sou ganancioso; se descanso sou preguiçoso; se falo muito, tenho a mania que sei tudo, se não falo tenho a mania que sou importante. Vejam como me querem!? Porque, qualquer que seja, a vossa vontade continuarei, a ser eu em mim, com tempo para tudo...”o limite é o céu… ” Deixem-me em paz e não despertem o espantalho que existe em mim, se tal acontecer… sou capaz de ficar mais optimista, e me sair o euro milhões. Era bem feito, não era? Já agora um pedido. Como nesta altura do ano existem umas chicotadas psicológicas no Futebol e eu até tenho o Nível II de Treinador, não deixem os atletas abandonados. Umas “coroas” (é como se pede dinheiro nas rifas) davam jeito. Eu sei que em Poiares não tenho cabidela, mas como Observador credenciado, tenho feito alguns retratos de Atletas da nossa Associação Desportiva de Poiares. Não sofro de sectarismo.
Para escrever tanto ou não tomei as gotas. Ou tomei a dose em dobro!? Sou … tão “frustrado” que a “chama” de Natal me dá tanta “pica” para ter aquilo que mais desejo e o que eu não queria. Tudo que me propus alcançar, possuo. Devem compreender, que cada um tem o que merece e eu mereço isto tudo, com certeza. Que até tenho tempo para viver neste sufoco, "estar na insolvência", estar doente, laminar o cabelo e arrancar os dentes em condições tipo recorde mundial. E ver enfermidades nos meus e vivê-las... com todos os prejuízos... daí inerentes.
Como pode haver alguém que me chame de frustrado, com toda esta vivência de vida? Santa paciência. Mesmo assim não me revejo no Deputado eleito pelo Distrito de Aveiro do Partido Socialista, que diz: - "que se está a marimbar para a divida que Portugal tem... e que não é para pagar...".
ALBERTO DE CANAVEZES / JORGE GONÇALVES