Páginas

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

POEMA - A Minha Mãe da Minha Pátria.

Acabei presentemente de saber


Que desapareceu a Dona Noémia


Na, mi pátria: Marco de Canavezes.


Quem se adora nunca pode morrer


Enquanto a nossa vez não acontecer.


Era um aditamento da minha mãe…


A morte anda de mão dada comigo


Como uma companheira leal e inútil.


É a vida no seu melhor na parte escrava


Porque desta nenhum foge ou a deprava.


A sua vida foi um raio de presença útil


Ensinou-me o que era ser espontâneo


O que era ser menino na candura de o ser


A minha Governanta partiu eu por cá fiquei…


Ela intimamente está dentro da minha criação


Estou triste… preencho-a na alegria de a amar


Desmesuradamente triste… faço, alar o silêncio.


Desejo chorar. Mas o meu rosto está cansado


Só tolera que os meus olhos dêem uma lágrima


Por cada parte de cada beijo que dei e dela recebi…


A que oração devo recorrer para acalmar o coração!


Meu “Deus”! O que me ensinou e o que aprendi…


Eu queria galgar a distância que me inibe de a ver


Batalho comigo… mas não consigo vencer o meu perder


Faça o que faça, estou mais árido… mas na fonte nobre


Bebi do seu saber imenso. Não a posso acompanhar…


Ao seu último Palácio. Mas para as águas do Rio Tâmega


Da nevoaça que aqui passa vai uma mensagem chegar:


Dona Noémia, minha mãe, quando estiver no seu reino…


As minhas cinzas…vai ver os meus filhos para lá mandar.


Sou um Marcoense com orgulho. Foi a senhora a culpada.


Entre a cidade e a Senhora, qual das duas a mais amada?


ALBERTO DE CANAVEZES