Adoro o meu nome Alberto.
Ter auto-estima. É ser presunçoso, dizem…
Amo a “Mi Pátria”, Marco de Canaveses.
Sinto-me bem na Lomba da Aboreira
… “Enclave terra de ninguém”… gizem.
Evoco o meu berço, num esbracejar
Acredito que na Aldeia da Risca Silva
Aqui, é a minha sina de ser Português.
Vejo-me atrás de uma cabra… pedaço de sucata
Contenho jactância de ser um deles… também.
Sinto-me um poeta de gema e palavras claras
Meco, com calma sem ânsia. Brinco num baloiço.
Entendo o que dizem e não emprenho no que oiço.
O que me trouxe para cá! Seria o engenho das aras?
Um acoite de cultura um braço de crença… palavras?
Risca Silva.
Só o nome dá poema.
Ilude uma caneta um lápis
Um argumento… um teorema
Um traço num papel num ápice
Colher uma amora sem rasgar a rima
Vontade de chamar a todos: - primo e prima.
Bom dia. Boa tarde. Boa noite.
Num dia bom.
Numa tarde e noite boa.
Bater a cada porta de cada vizinho
E verberar: - eu trago o enchido e a broa…
Tu podes arranjar a garrafa do vinho?
ALBERTO DE CANAVEZES