Cria falar de poemas de amor
Amanhar sexo com as vogais
Mas não consigo. Sinto a dor,
De não ter o alar dos pardais.
Mais importante que o meu sentir
Existem denúncias para consumar
Furtam-me suores da lida sem mo pedir
Roubam-me a factualidade da cidadania
Atiram-me para a reciclagem para servir
Colocaram-me um número a fingir
Mas decretou, para quem trabalhar
Sou um escravo de garras a aluir e tinir
Serviçal do governo para todo dia o dia.
Sem estar preso… mas sem poder fugir.
ALBERTO DE CANAVEZES