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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

POEMA - Sou piegas!

Eu por tudo e por ninharia… sou piegas.


Andam a jogar comigo às cobras-cegas.


Sou escravo de meia dúzia… de escroques


Daqueles que revoltam “e não me toques”.


Sou servicinho e escravo de uma trupe de gatunos


São um rebanho oriundo da fiada dos maus alunos.


Eu por tudo e por ninharia… sou piegas.


Sinto que me vão à algibeira nas trevas.


Ando quase farto e apeado de berloques


Faço-me de alheio e de outros amoques.


Era da classe média, agora sou adorno de gestores


Um número numa folha de impresso para traidores.


E por tudo e por ninharia… sou piegas.


Paro, escuto e olho e não bufo.


Arrufo.


Escuto, olho e paro e não chucho.


Trunfo.


Olho, paro e escuto e não zaguncho.


Amputo.


E vem um bestunto de um coelho de cabaré.


“Anda lá pá. O castigo é até morreres de pé”.


ALBERTO DE CANAVEZES