Estou para aqui parado só. Sentado e triste
Numa vida já vivida… deambulo de um devir.
Na inacção agora. Alma numa fé que resiste
De um nada e no saber a quem o deva pedir.
Estou para aqui parado só. De pé em riste…
Num agarrar a morte, depois de a vida despir
Na alma de ontem. Na inacção que a persiste
De contentar-me de as duas idolatrar e servir.
Eu amo a vida.
O lufar que o seu caminho nos diz
Eu amo a morte.
O arfar que o seu caminho não diz
Eu amo a sina de ambas, As duas
E não me rogo de as desejar
Chamando ao sol o luar das luas
E ao cio o sol do meu adejar.
ALBERTO DE CANAVEZES