Chiu! Silêncio. Acabo de me acordar
Não se esqueçam de mim. Jamais.
Tenho andado por aqui e por ali
A jardinar…
Chiu! Silêncio. Acabo de me levantar
Não se esqueçam de mim. Jograis.
Tenho apartado por lá e por cá
A pensar…
Chiu! Silêncio. Acabo de me passear
Não se esqueçam de mim. Animais.
Tenho vagabundeando além
A coscuvilhar.
Mandem-me pedaços de nada
Para saciar a minha fome.
Mandem-me de tudo
E de abundante mastiguem
A vontade de eu comer.
Façam-no, castiguem-me
Sem isso juro não morrer
Sem isso perjuro
Nunca o fazer.
ALBERTO DE CANAVEZES