Coimbra vai tirar espaço às futricas e tricanas
Vai ver passar caravanas e circos com primatas
Aguarda preocupada a investida de um labrego
Nas vizinhas eleições ditas livres e autárquicas.
Deixem-no ir. Era para ontem tal evento. Aplaudam-no.
O Penedo da Saudade vai desprezar o lugar dos poetas.
Haverá algumas dissidências daqui com a barraca às costas
De uns convivas de cá com rombo nos cadernos eleitorais…
Coimbra do Choupal até á Lapa vai ouvir o "mester" tretas
E, vai fitar manilhas e sacos de cimento a todas as portas.
O “bazófias” vai secar. Não há, dúvidas nenhumas… Creiam-no
A briosa vai ser pintada de verde mais a torre da Universidade
“ A cabra” vai tocar rouca e muda, numa aflição de puberdade
E a Academia vai expulsar os capazes e substitui-los por tolos…
E de cevada e favas remolhadas e demais fornadas fazem bolos.
A história de Inês e Dom Pedro passa a ser um embuste. Não foi.
A feira dos vinte e três vai ter outro desiderato… e mais amores
Santa Clara ouvirá guitarras a trinar entre uns arrufes… de “boi”
A Sé Velha verá muitos “lentes” a demitirem-se de ser doutores…
O Rei Dom Dinis de cognome na história de Portugal “O Lavrador”
Feitor do pinhal de Leiria e lúdico. Legava a Dona Isabel os pobres.
Parece que daqui vai partir o púdico e franqueado: “o comendador”
Que não indo de carrito leva no cesto o bodo de todos os “obres”…
Não chorem. O Portugal dos Pequeninos rejubila com tanta criancice
Tudo lá é pequenino. Menininho. Na Figueira da foz não se formou: ele
Não foi por não saber… foi um pouco mais que nada… ares de aselhice
Estava só. Não tinha parceiro para copiar e ela: “A tal”, nada lhe disse…
Se ninguém lhe der boleia. Eu pago-lhe o bilhete. Com uma condição:
Vai de ida e não regressa. Lá vai perder em todo o circuito e palidez.
O seu delfim aqui vai esvoaçar para a derrota. Viva utopia da ilusão!
Na terra da revolta estudantil de 1969 ao facho… Chegará a sua vez.
ALBERTO DE CANAVEZES