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sábado, 31 de março de 2012

POEMA - Cuida-te Coimbra. Alerta os teus Doutores.

Coimbra vai tirar espaço às futricas e tricanas


Vai ver passar caravanas e circos com primatas


Aguarda preocupada a investida de um labrego


Nas vizinhas eleições ditas livres e autárquicas.



Deixem-no ir. Era para ontem tal evento. Aplaudam-no.


O Penedo da Saudade vai desprezar o lugar dos poetas.


Haverá algumas dissidências daqui com a barraca às costas


De uns convivas de cá com rombo nos cadernos eleitorais…


Coimbra do Choupal até á Lapa vai ouvir o "mester" tretas


E, vai fitar manilhas e sacos de cimento a todas as portas.



O “bazófias” vai secar. Não há, dúvidas nenhumas… Creiam-no


A briosa vai ser pintada de verde mais a torre da Universidade


“ A cabra” vai tocar rouca e muda, numa aflição de puberdade


E a Academia vai expulsar os capazes e substitui-los por tolos…


E de cevada e favas remolhadas e demais fornadas fazem bolos.



A história de Inês e Dom Pedro passa a ser um embuste. Não foi.


A feira dos vinte e três vai ter outro desiderato… e mais amores


Santa Clara ouvirá guitarras a trinar entre uns arrufes… de “boi”


A Sé Velha verá muitos “lentes” a demitirem-se de ser doutores…



O Rei Dom Dinis de cognome na história de Portugal “O Lavrador”


Feitor do pinhal de Leiria e lúdico. Legava a Dona Isabel os pobres.


Parece que daqui vai partir o púdico e franqueado: “o comendador”


Que não indo de carrito leva no cesto o bodo de todos os “obres”…



Não chorem. O Portugal dos Pequeninos rejubila com tanta criancice


Tudo lá é pequenino. Menininho. Na Figueira da foz não se formou: ele


Não foi por não saber… foi um pouco mais que nada… ares de aselhice


Estava só. Não tinha parceiro para copiar e ela: “A tal”, nada lhe disse…



Se ninguém lhe der boleia. Eu pago-lhe o bilhete. Com uma condição:


Vai de ida e não regressa. Lá vai perder em todo o circuito e palidez.


O seu delfim aqui vai esvoaçar para a derrota. Viva utopia da ilusão!


Na terra da revolta estudantil de 1969 ao facho… Chegará a sua vez.


ALBERTO DE CANAVEZES