Procurei-te no meu sonho
Num alvorecer de neblina.
O sol oculto envergonhado
Após um luar de medronho
Estava sentado a meu lado
Como um amigo preocupado.
Por onde andavas… tu pequena!
Errante, distante como sempre
Falhastes ao nosso ensaio e cena
E após de tanto esperar, lembrei
Que estás eternamente em mim…
Seja qual for a nossa biografia
E o seu fim. Em nós enfim…
Estamos num constante tema
Pelo mesmo caderno e caligrafia
Seja qualquer for o momento
E a hora de qualquer dia…
Aparte de nós, não me importa
Eu sei espreitar-te da minha janela
O caminho da rua para a tua porta.
ALBERTO DE CANAVEZES