Estamos a caminhar para uma rota sem estarmos previamente prevenidos para o ocaso que nos aguarda. Essa rota é pouco tranquila, já que conforme os obstáculos que se nos deparam no caminho, assim agimos. Sem a preocupação de decifrar que o caminho que trilhamos é já por si sinuoso e inopinável. As eleições que se avizinham são de crucial importância. Demasiado importantes no contexto da nossa emancipação como cidadãos e na nossa destrinça de cidadania. Continuar no mais do mesmo, é pestilento e feda.
Tudo se conjuga para os partidos políticos da oposição apresentarem candidaturas para sustentarem o seu bornal com o dinheiro dos contribuintes. Não estão interessados na causa pública, sim no sustento da sua sigla, aqui, e noutras latitudes. Porque quanto mais proposituras de candidatos apresentarem mais recebem. Muitas listas apresentados aos vários Órgãos Autárquicos estão pejadas dos mesmos, para outros cargos. Vergonhoso.
É legítimo que apresentem listas com a sua sigla e ideário político. Já não é “válido” mandarem para a fogueira simples cidadãos que despois abandonam à sua sorte e mercê. Que depois fazem da sua eleição “um faz de conta” para não se chatearem. Pura e simplesmente abstêm-se para não sofrerem retaliações. Compreendo-os, mas não estou minimamente de acordo. Se não são capazes de honrar os votos que recebem, pedem escusa.
O poder instituído já começa a adornar a jarra, dos fretes. Já se começa a verificar que algumas pessoas que eram do contra, começam a sofrer de amnésia e ou ficam comprometidas com o silêncio. Já polvilham nas Instituições Regimentais, por lá, familiares e afins. Sei que não vou longe com o meu feitio, mas recuso-me a comer desta democracia arteira, monoteísta com tiques oligárquicos. Nem eu nem a minha família. É triste que as pessoas se verguem a tais postas de “labregadas”. Prefiro passar fome. Morrer a ter que me destituir de princípios e convicções. Mesmo na “merda”, não pactuo com esta saloiada.
Poiares na Cidadania pode ser uma lufada de ar fresco. Pode ser um instrumento de cidadania profícuo e dinâmico. Apartidário, tendo como objectivo não fazer a diferença, mas ganhar para a diferença. Este é dos últimos reptos que lanço no meu Blogue. Ou todos juntos vamos em frente, ou todos “disseminados”, vamos assistir a que esta “coisa do desatino” nos impinja, mais quatro anos de desterro social e politico.
É pena. Incomensuravelmente é castigo, mesmo.
ALBERTO DE CANAVEZES / JORGE GONÇALVES