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sábado, 7 de abril de 2012

Repetir-me na repetição desta infeliz história e tormenta.

Sei mais da história de Vila Nova de Poiares que a própria Vila e Concelho sabem de si. E afirmo isto ciente das interpretações depreciativas sobre a minha conduta como pessoa e cidadão ao proferir esta afirmação. Mas a convicção de tal é demasiado forte e os utensílios para a sua sustentação enormes.


Nestes 37 anos da “coisa do desatino” nem tudo se pode temperar pela mesma bitola. Temos que ser imparciais e patentear a humildade de julgarmos o pai desta insânia actual com justeza e equanimidade. O homem foi ciranda de pó e terra. Confundia-se com as rugas dos nossos avós… e carpidos maternais nos seus dois a três primeiros mandatos. Foi irreverente, arrebatado - no bom sentido dos termos - e acima de tudo tempero do povo. Sem dúvidas nenhumas – na minha opinião – merece o nosso aplauso e observância. Abriu estradas… rasgou ruas… esventrou bielas… derrubou muros… edificou uma panóplia de obras no intuito de servir os anseios e exigências do seus concidadãos. Cometeu algumas gafes… mas corrigia os seus sintomas mais nefastos com a prontidão de “um bombeiro sapador” como ousa dizer… eu lembra-me desse autarca. E desse autarca tenho soidade. Decifrou as necessidades básicas e mais prementes e actuou em conformidade. Agiu.


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Só que o perpetuar no poder corrompe compromissos e turba o discernimento. Depois uma companhia tresloucada e tresmalhada… sôfrega de poder endeusou-o e cristalizou-o. Passou a derribar amizades como quem bebe um manelo de água. Começou a despejar de si o pior que um ser humano ostenta quando trôpego e empedernido. Magnetizou-se. Deixa de ouvir os outros para dar guarida à personagem sem escrúpulos… quebra compromissos celebrados com figuras gratas da comunidade, sem qualquer pejo. Inventa falácias induz a devassa da vida privada dos seus novos “adversários”. Conforme as conveniências e ajustes de momento, ora dá “vida” a uns, e “a” tira a outros e vice-versa. Tanto individualmente como colectivamente. Faz alianças pontuais sem o sentido natural da história.


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Faz obras de interesse: recreativo, cultural, social associativo, desportivo – espampanantes – e tem medo de lhes dar vida. Existem mas sem alma. Dados ao tosco, estamos melhor. Não temos um Museu. Temos um Centro Cultural às moscas… Em suma, não possuímos uma matriz presente nem identidade histórica. Vasta olhar para o “artista” principal dos eventos e para os seus discursos de improviso nas datas Municipais de referência. Não gasta nem gosta de se comprometer com protocolos de exigência. Faz do seu aniversário um acontecimento acima da Lei.


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E eis-nos aqui hoje, chegados. Sem rumo, sem orientação. Sem referências, sem opções naturais para "a" eleição. Sem critérios de atribuição de méritos para escolha. Ousa pensar por nós e impingir-nos um delfim para lhe “tapar o tampo do seu mando”. Escabrosamente, isso.


Com que legitimidade!?


Reuniu com, quem?


Ouviu, quem?


Porque será que hoje bastantes companheiros de jornadas do ontem… estão na margem de lá, das suas catilinárias e “decisões”!


Quem mudou e se alheou, mais! Fomos nós?


Porque é que hoje assistimos a um abundante mal-estar – quando um Vereador da oposição questiona à sua terciária Vereadora – “… a Senhora foi ouvida para suceder ao actual Presidente do Município… para não falar na Sra. Vereadora, Vice-Presidente… … “ e ambas ficarem em silêncio e vermelhas, mais garridas que a camisola do Sporting Clube de Braga. E, assim, assistimos ao rebentar da ignomínia e precaridade democrática de tal déspota e labrego dos tempos contemporâneos. Vergonhoso, sem precedentes nos anais da história de quem sabe ser líder e tem a noção que o seu poder tem que acabar, naturalmente. Confunde o limite natural do término do seu mandar, com o terminar da “sua” propositura de obra. Se tivesse laços regimentados e solidificados em alicerces sólidos, obviamente que poderia continuar. Mas não o possui porque é de soluços que se sustenta e de arrufos que se pavoneia.



Tudo tem um começo, meio e fim. Mas ironicamente quer perpetuar o seu mando com um bonequito de corda. Será que o proposto ao “trono” não se dá ao respeito e tem a noção do ridículo a que se vai expor. A sede do poder é terrível. O comprometimento para tal é atroz e traiçoeiro.


Tenho pena que as coisas aqui chegassem assim, bastante adulteradas. Eu saberei denunciar tais intentos que considero perniciosos para a nossa cidadania e futuro. Sem medo, nem rodeios.


Para termos força necessitamos de rezar o mesmo "rosário" numa Igreja, não em capelinhas. Alerto mais uma vez que foi no dividir para reinar que aqui chegamos, estamos e nos encontramos. Tenho ouvido muitas sensibilidades sociais e politicas. Mas...


ALBERTO DE CANAVEZES / JORGE GONÇALVES