Um ar de poeira esbulhou-me a fronte
Embalou-me uma encorrilha, uma dor
Aliciando-me o ouvido num queixume
Segredando-me a pureza do teu amor…
Subi ao Caneiro e espreitei-te do Roxo
E fui esconder a minha sombra ao alto
Ao vento na Aveleira entre os moinhos
Aquém do sol, empurrando o nevoeiro
Que fica nume e se poisa em Gavinhos.
De soslaio espreitei Coimbra e olhei-te
A aguar os pés no Mondego na alvura
Aluindo as águas em capas de guitarra
Nas trovas de orlas sem leito, sem rua.
… … …
Alberto de Canavezes