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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

POEMA - HOMENAGEM AO BURRO E AO JUMENTO

Já vi um burro ser burro


Antes de um jumento virar cavalo


Indo a caminho do além em sussurro


Muito de asno… a cacarejar de galo


Entre atalhos na cata do seu curro!



Condes, viscondes, ninfas e paspalhos


Abades, garanhões, plebeus até princesas


Ratos, gatos, periquitos, anões aos baralhos


Limbos que se rasgam sem velas acesas


Os que urram e testemunham sem trabalhos


Sapos e rãs que lhe fazem a vénia às avessas



Muitos já andaram no seu dorso


Amigos já dele levaram coices


Riam! Riam! Não lhe tomem o corso


Tragam alforges e muitas foices


Alimentem o bicho de palha e troço.



Ser burro e não mudar. É ser jumento


Olhem vem o quanto de bem lhe fica.


As estrelas do céu fogem do firmamento


Rindo até ao homem da fava-rica.


Então aplaudam cada momento


Sempre que ele urra, quando vê uma jerica!









ALBERTO DE CANAVEZES