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sábado, 10 de setembro de 2011

POEMA - FIM

Morrer é tão natural como a sede de viver


É ver alguém inerte sem vontade


Débil. Igual ao sono de muitos dias


Ao fingir estar quieto e iludir resnascer


Que só não dialoga porque na verdade


Nos sente e espera a nossa vez de morrer.



Ninguém nos perguntou:


- Tu queres nascer?


Tal incomodo - seria útil!


Porque é que cada mãe chorou!?


- Elas evitariam de sofrer.


Talvez a sua dor não fosse tão fútil!



A morte fascina – me. Quase que a venero


Eu que me recuso ter nascido só para morrer


E vi a “Lélia” e olho o “Carlos” e o que eu quero


Era parecer que morri na sua vez, sem os perder!



O meu dia chegará… vai acontecer


A morte não me aturde, sou seu acervo


É um facto poente de qualquer ser


O último ai dum ego que por virtude


A caminha sem a entender…


Na pálida alma dela não se esconder!




Alberto de Canavezes