Eu queria correr sem dar um passo
Sentir que no mundo tudo corria bem
Eu queria amanhecer e espreitar do espaço
Que o meu Pai, Jesus, Gandhi estavam além…
Eu queria sorrir e dar em mim, um forte abraço
Recitar um terço sem ser crente… pelo sinal: -Amém!
Eu queria sentir que a miséria era a abastança num regaço
Que a peleja era uma paz pura de um menino brincando aquém
Eu queria ter a força da fraqueza e sentir – me coberto num enlaço
Sentir que de todos os meus irmãos eu era o que menos tinha, também
Eu queria deitar – me adormecer, morrer e sentir a vida voltar num emaço
Abrir os olhos: - olhar meu Pai, Jesus e Gandhi … e ver que vou só, sem mais ninguém!
ALBERTO DE CANAVEZES
(Para ti, cunhado Fernando)