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domingo, 9 de outubro de 2011

OS CANOS. E O EMPURRAR RESPONSABILIDADES

No concelho de Vila Nova de Poiares, temos assistido ao esgadanhar no alcatrão e na terra com uma assiduidade tipo britânica. Agora aqui, logo ali, de noite acolá, de madrugada por qualquer lado. A pressão é maior de madrugada. Mais adiante saberemos porquê.



O aparato é enorme e pontual em quase em todas as estradas camarárias – escala universal. Mas Mucela é a mártir, aldeia da Freguesia de Lavegadas, tem um piso parece fístulas… Pelo eixo da via tem tipo da típica marcação intermitente pintado a branco para se poder definir que se pode efectuar a manobra: ultrapassar. Só que é buraco simmmmmmmmm alcatrão não. Porquê?



- “Porquêêêêêêêêêêêêê?” – Alavancou o edil, como de uma praga se tratasse. – “Porquê é que tudo me acontece agora. Tudo ao mesmo tempo!? Será que as toupeiras; as minhocas e as formigas… também começam a ficar fartas, da minha pessoa?” Ele gosta de empurrar as asneiras que faz para os outros. Não é de estranhar tal quebranto.



Não é que as condutas da água estão a rebentar com uma persistência, quase a raiar o masoquismo. E não é que o tipo quer culpar as toupeiras; as minhocas e as formigas. Essa é boa! Então fez a obra com a circunspecção que lhe reconhecemos. – “Eu quero…posso e mando… blá … blá … blá…” E agora as minhocas as toupeiras e formigas é que pagam as favas!? Essa não! De madrugada o estrondo e espalhafato é maior porque o consumo é menor nas nossas casas, aumentando a pressão nos canos “em alta ou em baixa” - deduzo se é se desce ou sobe. Os bichos tocam a reunir e fizeram uma Assembleia Extraordinária: As toupeiras decidiram pura e simplesmente abandonar os trajectos da conduta da água e acantonarem – se e serrar trincheiras na margem da Ribeira de Poiares e estraçalhar, tipo guerrilha urbana, a relva e as raízes das palmeiras do “Jardim da Raça Poiarense”. As minhocas mais matreiras exigiram já que o município as constitua como representantes na China e países limítrofes com a designação: - “A Confraria Universal da Minhoca do Dinossauro”, tendo como condição mor viajar sozinhas e num meio de transporte mais arejado. O estandarte terá os palitos em forma de X. Mesmo amuadas não esquecem o nosso artesanato. Coitadinhas! As formigas é que são o caso mais bicudo como: mudar os celeiros que tanto enchem com géneros para comer no inverno ao som da cigarra. E ainda por cima quando esgadanham o alcatrão e as terras até atingirem o cano roto, destroem as suas aldeias; vilas e cidades como a força de um terramoto. Quanto os possíveis, irão afastar as suas urbes para longe de tais canos. Mas vai demorar o seu tempo. Sabendo das dificuldades monetárias do Município a única indemnização que solicitaram foi que trocassem o “chanfanix” que está em “comum” stock nas arrecadações dos edifícios da propaganda… por pacotes de açúcar. E só não avançam para a justiça por danos patrimoniais e morais porque a justiça é o que é neste país. Ficou apensada á acta um declaração de intenção que quando o dinossauro batesse a caçoleta todos se reuniriam perante a sua carcaça.



Quanto a nós, os que pagamos a água mais cara do País não se esqueça que exigimos beber água ao nível do seu preço. “O que tem qualidade paga – se caro”. Estou curioso, será que existe um registo do cadastro por onde passam as condutas da água? É que por vezes os profissionais desse sector andam às aranhas ou às apalpadelas, fazendo buraco aqui e mais ali… Ou está registada na sua cabeça. Antes que se esqueça faça um esboço para a posteridade, porque o seu mando acaba daqui a dois anos.



JORGE GONÇALVES