Eu queria falar com Deus e indagar – lhe
O quão estou triste e desiludido
Pegar na sua mão e indicar – lhe
Que tenho a minha alma e orgulho ferido!
Eu vi em seu nome negar fermento...
Como tirar um pão dos dedos de um pobre
Eu vi alguém que reza num fumo de incenso
A avareza de se sentir um rei sem ser nobre!
Eu vejo milhões a morrer de fome
E tu onde andas?
Eu vejo o dinheiro a dominar o homem
E tu por onde paras?
Eu vejo um mendigo na rua que não dorme
E tu onde te abrigas?
Eu vejo uma mulher que amamenta e não come
E tu onde te sustentas?
- É entre um livro de fé e sagrado
Ou entre as palavras que escrevo
Nesta minha blasfémia de amargurado!?