Eu hoje levantei-me com o ultimo pensamento com que me fui deitar ontem. Objectivo realizado. Tal, evidência por mera coincidência foi segredada a um amigo por quem nutro admiração e respeito. Também um cidadão que não coíbe de ter análise crítica e destreza cívica no seu pensamento. Nem sempre convergimos mas existe algo que nos une para além desse vector de respeito recíproco. Sabemos conviver divergindo com respeito mútuo. Adoro um diálogo que se sustente na sede da divergência e que ela seja esgrimida no mais profundo acto de consumar uma fonte onde se possa saciar o âmago de qualquer questão. Somos assim porque ambos amamos a cidadania e a liberdade. Com certeza que ambos aprendemos e nos reeducamos a respeitar cada vez mais.
Num concelho acéfalo aonde não há possibilidade de saciar culturalmente o aperfeiçoamento dos nossos cinco sentidos, naturais: audição; visão; tacto; paladar e o olfacto. Porque espaço existe mas vida não - porque não interessa – são edifícios tipo abóbora de boa casca e conteúdo oco. Naturalmente o outro sentido primordial na cultura: - a intuição / “criatividade”, essa nem tentar pensar nisso é bom. Vimos alguns desses sentidos em festanças e pacovices organizados pela Confraria da Chanfana e pouco mais. Mas para transeunte ver… tipo turista. O artesanato está bem e recomenda-se. Pura Mentira. Os capachos só aparecem na Poiartes. Penso que é o mesmo da primeira feira. (?)
“ARTESANATO
Vila Nova de Poiares é um concelho extremamente rico em tradições, nomeadamente no domínio do artesanato, com os barros pretos, os Palitos Floridos e pequenos artefactos em madeira, a cestaria e canastraria, a tecelagem, a latoaria, as ceiras, capachos e ainda a cantaria (Mós).
As actividades artesanais incorporam na sua acção produtiva larga quantidade de mão-de-obra, onde o “saber de experiência feito” é a garantia da autenticidade do bem cultural que os produtos artesanais em si mesmo comportam.
Produtos Tradicionais:
- Olaria Preta;
- Palitos Floridos e pequenos artefactos em madeira;
- Cestaria e canastraria;
- Tecelagem;
- Latoaria;
- Ceiras;
- Cantaria;
Centro Difusor de Artesanato
Já com perspectivas de garantir e perpetuar no tempo, uma das artes características de Vila Nova de Poiares – Olaria Preta – a ADIP, com o apoio do IEFP (Instituto de Emprego e Formação Profissional) levava a cabo uma Escola Oficina, em 1998, de Olaria/Barros Pretos, frequentada por 12 formandas. Todavia, algo mais havia a fazer, enquanto o número de elementos ligados a diversos sectores artesanais, era ainda significativo. Surge, então, o Centro Difusor de Artesanato e Recursos Endógenos de Vila Nova de Poiares (1999), com o objectivo de contribuir para a criação de um quadro de apoio e visando estimular uma dinâmica própria dos artesãos do concelho, promovendo a formação de novos agentes, continuadores da actividade e consequentemente das tradições, invertendo a tendência de desertificação das actividades artesanais.
O Centro Difusor de Artesanato e Recursos Endógenos tem as suas instalações na ADIP, onde possibilita desde a sua abertura, a exposição de artesanato, trabalho ao vivo e venda directa de artesanato.
As feiras e eventos de exposição e venda de artesanato têm sido uma constante, durante os últimos anos, dando a conhecer a nível nacional a riqueza artesanal do Concelho.
Destaque ainda para o processo de certificação do Barro Preto de Olho Marinho, um projecto de parceria entre a ADIP, a Câmara Municipal de Vila Nova de Poiares e o CRAT - Centro Regional de Artes Tradicionais, cujo objectivo principal assenta na recuperação, requalificação e desenvolvimento da actividade artesanal em causa, proporcionando condições para que a produção sobreviva, se desenvolva e alcance um plano economicamente viável, aliando as valências tradicionalmente observadas a medidas inovadoras e imprescindíveis à recuperação e desenvolvimento da produção.”
Tirando …Barro Preto, o que se tem feito para salvaguardar as outras laborações ancestrais de identidade das populações que estão descritas no “site” do Município de Vila Nova de Poiares?
-Quantas artesãs ou artesãos lá estão ao vivo a trabalhar para turista ver?
Do caçoilos de Barro Preto e de outros artefactos do mesmo, está lá uma senhora. E das outras artes artesanais, quantas pessoas, diariamente?
Não será que estão a “arte sanar” muito pouco no presente! E a garantir o artesanato para o futuro no pouco para nada!?
Vão ver se estou a mentir. Entrem no “…Centro Difusor de Artesanato e Recursos Endógenos tem as suas instalações na ADIP, onde possibilita desde a sua abertura, a exposição de artesanato, trabalho ao vivo e venda directa de artesanato.” E depois escrevam e digam da sua justiça. Ressalvo os Barros Pretos…
JORGE GONÇALVES