Eu não faço nada
Sem ser com amor.
Dou o melhor que desfruto
Adoro amar e ter sexo
Sentir-me uma árvore sem fruto
Despida de folhas sem aspecto
Amar… sentir um aroma um ardor
Sonhar… que num par a dois
Somos um corpo
Fechado… escondido… circunspecto.
Exausto, fingirmo-nos de morto
Com os braços abertos…
Começar o antes depois
Calcorrear a nossa sombra
Decifrar qual a esfinge
Que representamos nos desertos
E sorrir como quem finge
Sermos uma pirâmide sem nexo
Que estamos outra vez
A iniciar a amar e ter sexo…
Que ele seja uma espiral
Um olhar ardente e banal
Que numa noite intensa
Denegue ter ponto final.
ALBERTO DE CANAVEZES