Que pudor. Que vergonha
Ouvir um homem verbalizar
Que adora fazer sexo!
Que diz aos seus filhos: é bom.
Filhas evitem, é trazer a cegonha
E fruam dos vossos apaixonados
Não se esqueçam dos preceitos
E detenham os espermas atrevidos.
Não deixando o vosso pai, borrão
Que não relega os seus preitos.
Se digo o mesmo ao vosso irmão
Trato todos por igual. Não há arguidos.
Tenho que ter um falar para filho macho!
E ter outro discurso para filha fêmea!
Será que por ser homem, a mulher é capacho?
Será que por ser mulher, não é farinha é sêmea?
Existe alguém ingénuo que os vê virgens?
Já adultos. Maduros sem desejos?
Que só os homens fazem sexo.
Com quem? – Que só dão beijos!?
Com as mãos ou um Zé-ninguém!?
Dialoguem pelo escavo e convexo
Partilhem com eles o vosso, saber de bem-querer.
Para eles o saberem fazer sem medo e com prazer.
ALBERTO DE CANAVEZES