POEMA – "Não tão burro como isso!"
Vou fazer um jejum… tipo uma pausa.
Parece que algo me está a sair do corpo
E que não sabendo o porquê da causa
Opino que bafejo a queixumes de morto.
Eu sei o que sou… e o feitio que tenho…
Não desisto por nada… por uma palavra…
Sei gatafunhar a direito e pelo lado torto
Eu sei ao que ando… e de onde venho…
Sei a terra que piso e a carência da sua lavra
Cavo a cidadania, a verdade no seu provenho
Sem medos de ameaças… ou de arte macabra.
O poder corrompe… o poder endeusa… avença
Nepotismos entre o claro e o escuro nas trevas
Não me digam para parar! É… a base da crença
Pão do meu ego num mar de paz e de guerras
Nomear os boçais que se valem do tudo e do nada
Para do desvario nos algemarem na nossa estrada.
A morte é a arrancada da carreira de uma aventura.
E quero que esses cabrões saibam: - que estou aqui
Sozinho. Sem medo. Na sua espreita na sua procura
Não me furtem a seiva da alforria. Num, tu… ou em ti…
A minha trupe brota de um… nós – povo – em estatura
Não me façam calar ou apear… porque na devida altura
Em nome de todos sirvo-vos a réplica da nossa loucura.
Para que não subsistam dúvidas… um aviso a esses torpes
Tanto vos apronto a pega de caras como tanto de cernelha
Constante com os cornos em pontas… demando… as sortes
Sem ser da vossa raça coloco-vos detrás da cela de parelha.
ALBERTO DE CANAVEZES