No Carvalho a Rua da Eira
Está nua… está sem alma
Não consigo esconder a minha lembrança.
Entro na Rua e não sinto os meus passos.
Entro na Rua e não escuto nada…
A não ser o ente que me fecunda sem fiança.
E rezo… e queria tocar o céu… e ouvir: - quem é?
E pedir: - deixem a Rua renascer e ter esperança
Não peço o impossível… peço só uma aliança
Entre a vida e o além… e a quem falta nela
Que nos ajude a recuperar a paz… a confiança
Espreitando do seu reino… abrindo uma janela
E que nos dê o alento que a Rua perdeu sem ela.
ALBERTO DE CANAVEZES