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domingo, 11 de dezembro de 2011

Dia 14 antes do Natal

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- Vai-te embora. Disse o Alberto para o seu cão. “Vá põe-te a milhas”. Alberto guardava um rebanho de cabras na serra, e preparava-se para comer a sua merenda. O cão chamava – se Elvis. Enquanto as cabras pastavam meia encosta acima, Alberto fixou-se num aglomerados de pedras ao qual chamavam penedos soltos. Dali via o seu rebanho numa total amplitude. Elvis arredou-se do seu dono e colocou-se estrategicamente perante a última cabra. Deitou-se com o focinho em cima das patas dianteiras. Cirandava o rabo com ledice… as cabras ficaram num território entre o pastor Alberto e o cão Elvis. Alberto abriu a bolsa, puxou de um naco de broa e de queijo e de navalha em punho, tragou o seu “banquete” intercalando umas dentadas com o ingerir o néctar do seu vinhedo. Terminando chamou o peão de guarda o Elvis, e tirou de dentro do saco dois couratos e alguns restos do jantar, devidamente acondicionados num pacote de papel. O Elvis ficou pelas, pedras soltas e o seu dono Alberto desce para o perímetro ocupado por ele. O rebanho lá continua a pastar… Alberto encostou-se a um pinheiro, adormeceu… o Elvis reparando no descanso do seu dono. Redobrou a vigila, aguentando as cabras no mesmo espaço. Correu, repreendeu mostrando os dentes às mais afoitas. Mantendo o cuidado de não interromper o sono profundo do seu amo.


Não ladrou, nunca latiu. A noite ia começando a surgir e o Pastor Alberto dormia num sono profundo. Elvis reúne o rebanho e conduzindo-as para o curral… fechando a porta. Depois vai ter ao encontro do seu dono e deita-se a seu lado. Passou algum tempo… e o Elvis cada vez mais se encostava mais a seu dono para o aquecer… entretanto Alberto acorda e o seu cão dormia em cima das suas pernas. Alberto tendo a noção, do que se tinha passado pela escuridão. Manteve-se inerte e esperou que o Elvis acordasse… demorou pouco tempo. Alberto passa a mão pelo lombo do seu inteligente e dedicado cão. Levanta-se e desce a serra… passa pelo curral, tudo bem. Dá mais um mimo ao Elvis. E vai para casa. Entram… Alberto ascende a lareira, o Elvis deita – se junto dela… o pastor faz o jantar. Assenta-se no degrau da lareira depois de servir o seu fiel escudeiro cão. E ambos jantam, no aconchego da lareira.


Porque será que o homem muitas das vezes não se entendem com o seu semelhante perante os seus deveres e obrigações!? E o pastor Alberto e o seu cão Elvis, sem falarem, como por mímica e telepatia sabem as competências de cada um!


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ALBERTO DE CANAVEZES