Hoje,
Ouvi um rumor
No vento:
- “Não choro…
Porque se calhar,
Sou forreta demais
Para desperdiçar lágrimas”
Eu amo como nunca a amei.
Não moro em lugar algum do seu corpo.
“Respiro porque é um acto que não controlo”
“Mantenho-me em cima das pernas
Sem nada fazer para isso.”
Pecados meus. Ternura a minha. Sufoco o nosso!
Como te posso, dar um sorriso!
Tratar-te entre a minha tristeza e agonia
Se sem ti caminho melhor de noite que de dia.
As trevas, do meu pretérito, estão purgadas no presente.
Nelas quero agarrar-me a ti e ter o mérito,
De ser novamente, um homem uma pessoa… gente.
Concluir o nosso caminho juntos… em ruas ternas
Nem que para tal, me redescubra num atalho, numa curva
Cingir-me perdido e ressuscitar absorto… morto.
E por detrás da cruz de Jesus suplicar-te:
- Meu amor não…tenhas medo
Talvez seja a nossa tempestade…
Que no fim de muitas palavras alienadas
Virá um cabimento na vida de bonança
Que depois de tantas tentativas falhadas
Existirá para nós a contrição da esperança.
O amar pode ser uma birra, uma alucinação de teimosia
Não podemos deitar para o lado, um pouco do tudo que vivemos
Um muito do nada que podemos viver. Escuta o meu pranto!
Envolto nas minhas suplicas… Eu, não quero… ser santo.
Quero, é purificar o trilho do nosso fôlego… e andança
E começar tudo… sem nada, numa sombra de encantamento
Aqui e agora. Não no meu nem teu… sim, no nosso momento.
ALBERTO DE CANAVEZES