Quantas marés e ondas terão os meus olhos por te ver?
Entre os grãos das areias, ausculto o feitiço das sereias
Perco-me de tudo e de todos. Sem a sorte de ter norte
Invento beijar-te. Abraçar-te. Enrolar-me em ti. Ser teu
E num esconder descobrir que unido não existe, um: eu.
Que mau clima daremos e que calmas teremos. Não sei!
Se somos capazes de dispor o amor penetrar em êxtase!
Penso que somos feitos um para o outro. Porção que dei
Que no ritmo do coração houve Bossa Nova e o Sambear
De quem gosta de com parcas carícias, de gemer e amar.
Não é pudor, falar de sexo com amor. Dizer que o adoro
Tão pouco somente, o negar por vergonha, não o ignoro
Ele sobrevém em mim… Extenua em mim. Em cada poro
Que em toda a parte de ti não sou, sem-abrigo. Eu moro.
ALBERTO DE CANAVEZES