"Não sei onde param as pétalas
Que te segredam o amor
Que sinto por ti...
Continuo sem saber por onde andas
Apenas o posso imaginar.
Ofereço-tas sempre depois do Sol nascer
Na esperança de fazer esse amor
Desabrochar e renascer…
Os meus dedos sentem dor
De as desplumar
Para tas doar…
E entregar…
E sinto escuro. E frio e medo
Da luz que em segredo…
Tu dizes: - “se ter apagado”.
Mas porquê este degredo
De não conseguir
Renascer dentro de ti outra vez!
E sentir-me empurrado… a fugir.
Peço à minha Virgem…
A todos os meus Santos
Para me ajudarem
A reconquistar esse coração tão imenso
Aonde outrora tudo cabia...
E percorria todos os seus cantos
E encantos…
E agora não tem espaço para mim.
Cada pétala…
Que quero ser um começo em mim
Tem o dom de ser para ti: - um fim.
Porquê?
Sé é uma gota do meu sangue
Do meu coração… de paixão
Transformada em uma lágrima
De amor em convulsão
Que necessita de um perdão
De um olhar indolente…
Para o coração da mulher de ontem
Compreenda
Que estou diferente.
Que a mulher de hoje
Se recusa a reconhecer...
Mesmo que teime
Com a minha presença...
Intenta e verás que sou eu
No caber de nós em outra gente.
Sou teu permanentemente;
Indefinidamente;
Constantemente,
In perpetuamente. “
DONANFE
Nunca nos devemos fechar em nós, sem perceber a noção de um sentimento. O, sentir um afecto, por alguém é como perder um por cada vez, dos nossos cinco sentidos. Jamais podemos negligenciar a fragilidade de quem nos tenta cativar. Isso é menosprezar a nossa própria identidade e sentido de auto-estima. Temos que ponderar saber o que falhou na química mais esquisita que nos faz destituir de viver em nós e nos subverter a “solicitar” que queremos partilhar o nosso “eu em mim” num “nós”. É a maior forma de fidelidade afectuosa, que podemos instruir e induzir para alguém a quem queremos tanto. É colocar a nossa vida no patamar inferior da nossa existência em “tempestade” e saciar a alma e paz de espírito com o respirar do mesmo ar, e juntos sobrevivermos ao impasse que nos adicionou à rotura noutra forma de bonança e aventura. Nunca se pode dizer “nunca mais” nem “acabou”. Quando existem alicerces dessa raiz que permitiu a coabitação de um amor tão profícuo e fecundo. Frutos, não se pode deixar de dar raciocínio ao amor. Se só lhe dermos instintos, será sol de pouca dura. Se neste amplo contexto conciliarmos o bom senso, a sua dinâmica rejuvenescerá como uma estrela cadente.
ALBERTO DE CANAVEZES/JORGE GONÇALVES