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sexta-feira, 23 de março de 2012

POEMAS - Delírios de plectro...

Papoila


Que máculas os campos verdes


De goles de sangue.


Moçoila


Beija-me entre verdes campos


De boles enlague.



- Papoila chama-me a moçoila.


- Moçoila apanha-me a papoila.



Falem uma com a outra


Eu aguardo uma refutação.


Quero sentir dentro da minha alma


Um sobressalto de coração.


Saber que de uma e doutra


Ambas se resguardam com calma.



- Moçoila apanha-me a papoila.


- Papoila chama-me a moçoila.



O que uma não tem na outra


Não se procura na confusão


Basta arranjar flores numa palma.


E num gesto de mui nobre paixão


Compreender qual aqueloutra


Das duas, tem maior e melhor alma.



Moçoila.


Papoila.


As duas são puas.


ALBERTO DE CANAVEZES