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quarta-feira, 25 de abril de 2012

O 25 de Abril da politica monoteísta. O som é meu.

Existe uma claque desportiva, que canta, “só eu sei porque não fico em casa”. E eu estava lá… (agora do longe faz-se perto)... Ouvi um Presidente de um Município fazer alusões sobre o 25 de Abril. Falou, muito e bem. Não é gago. Tem o dom da oratória. Mandou umas flechadas para o ar, e falou em Robin dos Bosques. Falou numa Serra… Falou noutra (…) e subsequentemente numa infra-estrutura que irá criar inúmeros postos de trabalho e numa escola de ambiência e de um animal proeminente na nossa pastorícia, “prospectivamente”. Falou de artesanato e gastronomia. Falou de progresso sustentado. Falou de estratégias bem definidas. Falou do Associativismo. Falou de infra-estruturas existentes. De um Centro Cultural. Da Biblioteca. Do Museu, que está para breve. Falou do Estádio Municipal. Dos Bombeiros Voluntários. Falou das Piscinas Municipais e aqui denotou-se um engulho na cadência do seu “enorme” discurso. Comprometeu quem ficou para trás e que está pela capital… Falou das terras perdidas. Na extinção do Concelho por duas vezes e aqui justificou a grandíssima dívida com a persistência de argumentar a nossa realidade como tal. Como nas entrelinhas, quisesse dizer, “quem nos quer, com tamanho calote?”. “São dezasseis, dezassete milhões de euros, para um património de cinquenta milhões”. Simpaticamente deu um pontapé verbal nos abutres do costume, tendo o numero três, como cabeça tripartida, da oposição do partido do “habitue”. Falou em candeias a petróleo, em casas de banho do antigamente, e do fresquinho que recebíamos pela manhã… Falou de cumplicidades, porventura, a palavra mestra do seu discurso. Eu sei lá… em que o homem falou! Ou no que quis dizer…  
Politicamente açambarcou as cerimónias do 25 de Abril, através de um monólogo, pouco “inter-activo”, que o mesmo é dizer, sem direito ao contraditório. Numa democracia monoteísta, outro diapasão não era de esperar. Admiro a sua eloquência argumentativa, mas a idade como a mim, não perdoa. A idade é uma circunstância da vida que nos leva para a não menos, circunstante morte. Vamos perdendo faculdades, agilidades e elasticidades, definitivamente. Existem certas cambalhotas, que empiricamente, já não consegue dar, com a destreza de outrora. Arrasta-se e isso é penoso…
O espirito dos Capitães de Abril destituiu uma forma de fazer política absoluta e arcaica. Aonde a participação politica regulada, estava representada na Assembleia Nacional pela Ala Liberal e a outra clandestina estava conotada com o PCP – Partido Comunista Português. Aqui nesta evocação de Abril, em trinta e sete anos desta democracia monoteísta, raramente se viu outro alguém papaguear as maravilhas de Abril. Bem se plica a coisa… sim senhora.
Depois omitiu no seu discurso – entre outras coisas – uma actualissima “vertigem” área, que foi perpetrada naqueloutra Serra… Também não se intrometeu muito pelos caminhos – de nos explicar – quais das infra-estruturas criadas (Associações de Recreio, Cultura e afins) quantas possuem identidade e estão vivas? Que possuem alma de gente em actividades profícuas para a cidadania na complementaridade edificativa de uma participativa sociedade. Às moscas e teias de aranha conheço umas tantas. Ademais, poderia invocar outras “arrelias”, mas quedo-me por aqui. Estou a participar com o meu espirito de Abril, para a democracia. Ou, não!? Porque existem “lados” em que a democracia se confunde com uma bola. Em principio tem o lado de dentro e o lado de fora. Porque esta democracia está bem pontapeada e muito mal treinada.
Para os outros com responsabilidades políticas também fica um cartão vermelho. Adversário que se destitui de jogar o seu jogo “na casa” do oponente dá de ganho 37 pontos de avanço ao opositor… taxativo e elementar, também, não! … … …
Este dia não pode ser só nas afirmações, de todos, empiricamente tem que ser nos actos e factos.
ALBERTO DE CANAVEZES/ JORGE GONÇALVES