Hoje bem mais próximo do firmamento
Pelas cumeadas das urgueiras e tojos
Na bordadura da Serra do Carvalho
Nos Terreiros de Além. A, meu tempo.
E nos Terreiros de Santo António. Ao sol.
Não temi o vento nem os seus arrojos
Trilhei um fôlego em mim de orvalho
Afastando-me de uns afogos e despojos.
Fiquei atónito, pobre e um tanto amole.
Em fronte da porta da Capela orei.
E ao ar de tanto o alentar corei…
Que espírito enorme desfruiu e vivi…
Que me confundi com o pólen do mel
E qualquer letra perdida num papel.
Pensei ser dono do mundo. Apeteceu-me clamar. Alar da “li”.
Mas vi que o mundo… é mais do João Rodrigo e da Margarida.
Dois “infantes” do reino da Aldeia mor. São a sua alma colibri.
Eu confundo-me com o pó da passagem. Numa álea já perdida.
ALBERTO DE CANAVEZES