Quando for aos Casais, Sobreiro, Oliveira e Ervideira…
Vou ver se existem sombras minhas pejadas pelo chão.
Parar na porta do barbeiro António e espreitar a nudez…
De mulheres vestidas no papel da revista. Que fadigas.
Que meninice nos braços da Dona Miquinhas, oh! Ilusão…
Dos meus fétiches juvenis. Andar na bicicleta do Armando
de travões de alavanca. Sentir o burro a dar horas sem favores.
Inalar o cheiro a bode entre aromas a ameixas e um morangueiro tinto.
Acompanhar o Sr. Silvério na minha “alma grande” entre as espigas
do milho na eira. E soltar um sorriso jocoso para a orla das raparigas.
Sentir-me um grande galo sem poleiro e tirar de ginjeira e pinta o perfil de um pinto.
Esperem. Não me retirem do meu imaginário recordações. Eu vou andando
Procuro-me no borbulhar da água na Fonte. Tenho sede do tempo desse tempo
Acordar no poente da nascente do meu sol-posto. Aprender o que sou neste momento.
ALBERTO DE CANAVEZES