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sexta-feira, 13 de abril de 2012

POEMA - Meia encosta arriba... Meia encosta abaixo

Numa terra de caminhos seculares


Perco- me no Soutelo de muitos olhares


Sinto em ventos de escapada


Monges, Fidalgos, sereias de encantar


E mesmo na calmaria quero-me enganar.


Não me levanto, deito-me na alvorada.



Que belo maninho ala ao alto


Meia encosta arriba


Meia encosta abaixo.


Sou rude no meu modo de meio


Sinto-me meia arte … vereda cheio


Numa parreira sem um cacho


Que na sombra procura o que não acho.



Olho o longe a norte do meu ombro


Sem escolher o meu lado de ver


Quero levantar-me do seu escombro


Que ceva a vida para desaparecer.



Parto sempre de lá


A mirar a herdade da minha presença


Estive numa rua sua que fica e está


Que feliz, lamenta a minha ausência.


ALBERTO DE CANAVEZES