Andei, por um caminho sem termo…
Arruei a sebe de muitos dos teus cabelos
na trilha da tua silhueta esbelta e erma.
Arribei os teus peitos…
escalei os seus outeiros
e gritei aos teus ouvidos:
- Amor por onde toscanejas?
Eu quero-te levar pelas estrelas
e de algumas delas, quero que vejas
no nosso recanto, uma das vielas
que de mim em nós - tu a sejas.
Amor o que de mim, almejas
no mar revolto que deixamos
através de uma caravela
sem proa nem estibordo
que junto abraçamos
E, deixamos…
num ondular de imensos beijos
e aos nossos pés ancoramos.
Amor, se eu respiro
tu suspiras
fazemos dessa troca o nosso retiro.
E faz-se sol e dos seus raios aguaceiros
e saciamos a sede deste amorio
entre os teus vales
e os meus pardieiros
que acabamos de tantos suores
o nosso rio.
ALBERTO DE CANAVEZES