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quinta-feira, 14 de junho de 2012

CRISTIANO RONALDO... E UM PAÍS BANHADO PELO OCEANO ATLÂNTICO

Sou um fã incondicional do Atleta Cristiano Ronaldo. Pelo seu carácter e persistência de entrega ao trabalho, pelo apego à sua família, por nunca ter negado as suas origens humildes, por cultivar em si auto-estima, por ser um optimista pragmático, por dignificar uma concepção de valores intrinsecamente consentâneos com o caminhar para a vitória.
Para mim é o mais completo futebolista da actualidade. Nota: + / 10 na sua capacidade de manusear a bola com mestria com todas as “arestas” do seu corpo. São golos de cabeça, pé esquerdo, pé direito, de costas, calcanhares, joelho… uma panóplia delas. E num reino desmesurado e “utópico”… ganha segundo os seus méritos, capacidades, disponibilidade de entrega, ambição e pela sua capacidade de querer saber melhor e mais da sua arte. Não se faz rogado na assiduidade aos treinos nem na prática que aplica no seu desempenho. Faz a diferença pela sua técnica, poderio físico, capacidade mental, interpretação táctica e transfere da mesma em prol da equipa... é elogiado por isso pelos seus pares.
É humano. Normalmente está sempre na bitola do perfeccionismo e do acima dos demais. É soberbo. Magnifico. Esplendoroso. Um dos maiores futebolistas de todos os tempos.
Disputa com Leonel Messi o ceptro de melhor do mundo – na actualidade – mas isso é desvalorizar a Lua e o Sol, menosprezar o céu limpo e o céu com nuvens, larapiar a calmaria e a agitação e desencaminhar o dia e a noite. Ambos fazem parte de um contexto rectangular que nos excitam os olhos e nos criam orgasmos de prazer na tribo do futebol. É como comparar os Treinadores Mourinho e Guardiola. É cometer as mesmas aleivosias anteriores com o descaramento de não os associar a uma antítese sincronizada do esplêndido na bipolaridade de duas formas metodológicas de conceptualizar o Futebol. Um é um estratega, um treinador do e para o mundo – Mourinho. Outro, um ideólogo de uma filosofia impregnada num conceito bairrista e regional que se suplanta para a universalidade como um crença – Guardiola. Ambos os melhores dos melhores.
Mas voltando a Cristiano Ronaldo – hoje – tenho que fazer dois reparos.
1.     Sou contra ele ser o capitão da Selecção Nacional.
2.      Fez o pior jogo que o vi jogar no confronto entre a Dinamarca e Portugal.
Para mim, Cristiano Ronaldo, emerge e é uma referência numa selecção Nacional que não tem o talento como um facto homogéneo mas sim heterogéneo. Não possuímos uma Selecção Nacional como as que estiveram nos últimos dois europeus e no último mundial. De tantos e ilustres Futebolistas…
Hoje – na minha opinião – e sem querer ofender ninguém, possuímos só dois Futebolistas de excelência e eleição: - Pepe e Nani e temos na estratosfera do mundo dos futebóis: - Cristiano Ronaldo. Os outros são boníssimos jogadores… mas não são mais que isso. Grandes profissionais… mas comuns.
Cristiano Ronaldo conquistou com mérito usufruir da companhia dos melhores dos melhores. Nas equipas aonde treina e joga campeonatos a duas voltas, ele dispõe,  de companheiros com um manancial de complementos técnicos e tácticos deslumbrantes. Criam rotinas. Criam cumplicidades. Fomenta em si o ser o rei da sua tribo... através do seu talento e imenso  suor... Mas nos seus braços não pende nenhuma braçadeira de capitão. Isso é para o comum dos mortais. Ele necessita da sua criatividade solta e da sua camisola sem adornos. Obviamente que é uma honra ser capitão, mas isso já ele o é, sem o ser, por imposição ou delegação de competências. Ele está no Olimpo da esfera que todos calcorreamos com os pés. Ele aleita a bola como uma mãe que dá de mamar a um filho. Ama-a e acaricia como só elas o sabem fazer com o seu nado. Ele é alguém a quem o desígnio da vida doou rudimentos de fruídos mágicos e fluidos imortais. Tem esse desiderato adquirido pelas oportunidades que se lhe proporcionaram e ele absorveu... Ele sonhou estar aonde caminha… o seu pai vaticinou-lhe isso, no efémero pressentimento de bem-querer … propôs-lhes isso imaterialmente ele edificou-o para o material.
Por isso não lhe exigiam performances na Selecção Nacional como no seu Clube "de emprego". E por favor retirem-lhe – para seu bem e para a nossa racionalidade - a braçadeira de capitão da Selecção Nacional do braço. Não lhe queiram colocar Portugal ao colo. O que se deve pretender é caminhar de mãos dadas. E na beleza dos seus actos, aplaudir a sua magia, para nosso contentamento e proveito. Não que "ralhe" por nós ou pelos colegas junto dos árbitros ou que disperse a sua extraordinária execução técnica perante "contas" de outros rosários...
Depois no jogo contra a Selecção da Dinamarca, não foi ele que esteve mal. Foi o treinador – que respeito e admiro – que não soube decifrar que a sua rendição era o melhor para todos e para o próprio Cristiano Ronaldo. Mesmo sendo o melhor dos melhores, não é insubstituível. Joga numa equipa de comuns mortais. Está posicionado ao erro como tal. O nosso lado esquerdo defensivo e ofensivo esteve pouco preenchido e pouco compensado. Alias os dois golos da Dinamarca, nascem desse lado. Fábio Coentrão esteve só contra dois adversários… e com os olhos trocados de Paulo Bento.
Se tem sido substituído seria – na minha perspectiva – uma bombada de adrenalina pura. Um aconchego de descanso. Acordava-nos a todos… e adicionava ao Cristiano Ronaldo um sentimento de bonança. E uma análise de autocrítica nua e crua. Um recarregar de eficácias nas bases. E o renovar de energias para o jogo com a Selecção da Holanda. Provavelmente.
Quem orienta uma equipa é o seu treinador e para ele a estratégia para se alcançar o sucesso está na forma como manuseia as peças no tabuleiro de jogo com harmonia e simplicidade de processos. Para além do mais, ser constantemente apedrejado com arremessos de “Messi” pelo público é saturante. Se não lhe bastasse, ser de uma nacionalidade que fecunda a mediania pelos nacional porreirismo e por não estar habituada a ter um gigante que proveio do nada a estar nos píncaros de todas as galáxias. A arrogância é que temos muita água no Oceano Atlântico e que descobrimos muitos mundos do mundo. Coisa pouca para o engenho e arte de uns poucos, que preenchem a nossa história de acontecimentos que nos incham o ego. Mas porque estão prescritos... e proscritos no passado… sem nenhum desses protagonistas estar ao nosso lado, factualmente.
Entre nós – neste assunto (só?) - quem dá valor ao presente na sua actualidade!?
Em Portugal duas individualidades do Mundo: José Mourinho e o Cristiano Ronaldo.
Força Portugal. Vivam... dois dos teus melhores filhos.
Jorge Gonçalves