Dá-me
a sede do teu amor
E
o teu amar da nascente que me seca.
Da
nuvem que esconde o sol e a lua
Atrás
da tua sombra
E
te veste de um luar
Nas
asas de uma pomba.
Estando
tu toda nua.
Eu
acredito no silêncio
Do
teu falar
Entre
o meu rumor
De
te adejar.
Eu
agasalho-te
De
rezas e de juras
Daquelas
que se abjuram
Como
quem transgride a fé.
Existem,
de nós, gemidos no céu
Nos
ventos e rápidos de um rio
Que
ambos livres
Descalços
e a pé
Somos
um do outro: - o réu.
Acorrentados
ao mesmo cio.
Alberto de Canavezes