Há
em ti uma aura
Que
transborda o além de nós
Uma
coisa que nos absorve e repele
Que
numa poeira sem pós
Nos
afaga e faz áurea a pele.
Que
banho de sujo teu tomei
Que
toalha uso para me limpar
Se
em todo o meu corpo achei
Uma
silhueta de ti sem a apagar!
Estás
iletrada em mim não te sei ler
Tão
pouco te sei ditar para te escrever.
Estremeço.
E
com a tua imagem, adormeço.
Estás
disfarçada em mim não te sei ver
Tão
pouco te sei falar para te perceber
Arrefeço.
E
com a tua miragem, aconteço.
…
… …
Alberto
de Canavezes