Faço paredes de palavras em forma de poemas
Redigo numa sebenta letras – fermento de pão
Tento obter rima com olhares sobre teoremas
Fingido ter uma alma em cada dedo das mãos.
Procuro o feminino, o charme de uma mulher
Como celebrar único: a Maria de outra Maria
Ter um regaço e um afago para me esconder
Nas horas da noite, da madrugada até ser dia.
O teu olhar é triste, rodeado entre problemas
Uns que já passaram um outro que ainda não
Mas luta que falta pouco… para outros temas
Divagarem no teu corpo usurpando o coração.
Desejo atrair o teu espaço num beco qualquer
Apanhar o orvalho da noite no frio que ardia
Fazer uma cata e a lua não te deixar responder
E comprazer ver em ti: a Maria de outra Maria.
Maria de outra Maria
Não me deixes na luz
Maria de outra Maria
Passa – me a tua cruz.
Vive e deduz
O que te faria
E o que repus
Para realizar só: a Maria.
Que era de outra Maria!
Anda e ao acordar caminha
Nele nunca estarás sozinha.
ALBERTO DE CANAVEZES