Confesso que não pretendia escreve sobre este assunto por reflexo ou simpatia de arrastamento político. No entanto vou expressar a minha opinião sem qualquer vínculo de dogma ou de prosaicos ares de partidarismo. Como tal expresso o seguinte:
1. Depois do texto da “Boa moeda e da má moeda” escrito no Semanário Expresso, tendo como receptor o Dr. Santana Lopes, o cidadão Aníbal Cavaco Silva, para mim caiu nas minhas considerações.
2. Sem pudor ou estigma de qualquer espécie sou, e fui um Santanista, convicto. Dizer outra cousa era prostituir-me intelectualmente.
3. No entanto, considero o Sr. José Sócrates, um pantomineiro e trauliteiro político. Astucioso sem carisma. Pervertido. E o principal responsável no estado em que está este País. Mentiu-nos. Usou-nos. Omitiu-nos. E a soldo de salvar a pele passou-nos um atestado certificado de inúmeras mazelas sociais e politicas com graves – enormes - prejuízos para o País. Não jogou limpo. Assim como a sua formatura não é límpida e transparente.
4. A “caterva” deste pseudoengenheiro, que polvilha a Bancada Parlamentar do Partido Socialista, é de índole duvidosa - politicamente falando - já que a coberto da lealdade política que lhe prestou – e presta – quer branquear a sua conivência nos desarranjos viscerais que esta democracia enferma. São casos a mais para escamotear a sua génese e essência. Para além do mais, denota-se um certo revanchismo, na inculcação de transferir para os novos Órgão do Partido Socialista na pessoa do seu responsável máximo, Sr. Antonio José Seguro, uma veia de ciúme e azedume no queixume de aferroar o que assinaram dando o dito pelo não dito. A “Troika” está cá, porque esses energúmenos a congeminaram.
E aferroando o seu Secretário-Geral, querem-lhe inculcar sentimos ressabiados…
5. Tenho também a dizer que, votei Dr. Manuel Alegre na sua extraordinária atitude cívica para as Presidenciais, na qual o fez como Independente. Reprovei veementemente a sua actitude, quando o fez e foi a “soldo” do Partido Socialista. Perdeu aos meus olhos credibilidade política.
6. Confesso que o meu Candidato preferido nas últimas Eleições Presidenciais era o extraordinário cidadão Fernando Nobre. Um homem bom. Que foi manuseado por políticos para interesses que ficaram aquém e para além da política…. Para mim é uma referência nacional na intervenção cívica e de cidadania. Um samaritano que doou parte do melhor da sua vida aos outros de forma altruísta e desinteressada. O qual o faz ainda. A sua nobreza de caracter não pode ser beliscada por atitudes menos conseguidas – instrumentalizadas – nos meandros desta democracia e esfumada República. O meu apreço pela sua figura e obra é incomensurável. Em nome daqueles que hoje vivem e sobrevivem pelos afectos da sua vontade e mãos, obrigado.
7. Votei em Aníbal Cavaco Silva (por três razões) – engoli o tal sapo que os comunistas deglutiram – nas Eleições Presidenciais que opôs o Dr. Mário Soares versus Freitas do Amaral. E filo no intuito de ser ele o único que me garantia que não permitia a eleição do Dr. Manuel Alegre – atitude de desvario intelectual e de cidadania – apresentada pelo Partido Socialista. Porque o Dr. Fernando Nobre era cavalheiresco demais para estas caldeiradas e acepipes de culinária política… E mais vincadamente denunciava ser aquele que colocaria o Sr. Sócrates a perfilar pelos carris para outras andanças… porta fora. Tal veio a confirmar-se por outras andanças… e outros ajustes.
8. Sr. Aníbal Cavaco Silva, Presidente da República Portuguesa – eu só “interpreto” - o “prefácio” do seu livro de “memórias”… se pretende nos “acarear” que existe um culpado… que houve um dissimulado que sem passar cartuxo a ninguém se foi ajoelhar perante a Sr. Merkel, e assinou de cruz… enterrando-nos neste pântano de incertezas e incongruências sociais, políticas, de cidadania e de independência. E então haja na sua influência de magistratura, e leve todos os políticos corruptos sem excepção perante a Justiça. Porque esta parece estar formatada para ser conivente com a irresponsabilidade, a usura e a trivialidade do enriquecimento ilícito de individualidades sem escrúpulos que se “governam” na causa pública. Coloque na mesma fornada, os comensais do BPN e de outras “diatribes” a passar ao lado do julgado… cujo sentencioso, não carece da presença do jogador do Futebol Clube do Porto e da Selecção Nacional, o humilde João Pinto, que numa entrevista a um jornalista, proferiu: -“ Prognósticos? Prognósticos só no fim do jogo”. Caso contrário, “como raramente se engana ou tem dúvidas”, faça o mesmo que fez no primeiro mandato. Não levante poeira. De tiros pólvora seca estamos fartos. Somos escravos de uns poucos, no muito de uns tantos…
9. Quero dizer também, que sou contra esta alienada fantasmagoria de eleger o Presidente da República, na sequência de dois mandatos. Aprovo um só mandato de por exemplo: sete anos, a ter que absorvermos mais um cordeirinho, na primeira etapa na mama da segunda. Ou seja, de um subjugado no primeiro mandato, não partindo um prato, para no segundo partir a louça toda e ser um alienado pronto a disparar só factualmente… e tendencionalmente.
10. Sou um cidadão livre. Que opina o que lhe vai na alma, sem ter pretéritos eufemísticos no seu pensamento e consequentemente na sua escrita de ser a única e vinculativa há verdade. Agora que esta “porra” está um caos, está. E que tende a ser proclamado pelas ruas da amargura que nos acolhe as azafamas do nossas chagas, sem duvidas. Não sou defensor de insurreições sociais… mas… que as preces da Sra. Ministra da Agricultura, nos traga água bastante para regar os campos… encher albufeiras e que a que sobre dê para limpar esta República das adiposidades de mau índole e porte.
- Enganei-me bem enganado, Sr. Presidente.
JORGE GONÇALVES