O sol de meu sol não é só meu.
Pois o sol quando dimana
É sol para qualquer um.
A minha sombra tem o seu sol
A tua tem o seu sol também.
Ninguém tira o sol de ninguém.
O sol é vasto…
Imenso de sol.
Ele apascenta a sol, a sua fome
Tanto ao nosso lado em sol
Como em sol... no pasto.
Cada raio de sol é luminoso
E o seu sol não dorme.
O sol cresce num raio de sol em sol
E muito sol não será teu nem meu
É de todos o sol…
O sol nasce no singular
E torna-se o sol de todos em colectivo
É sol em pedra angular
Em pronome de sol e de sol em adjectivo.
Cobiças o meu sol porquê?
Se ele também é o teu sol
É o nosso sol numa partilha de vida.
Cada um de nós nasce num só sol
E esse sol é uma dádiva
Num sol que é de todos
Numa montanha de sol
E planície de sol…
Se o sol calcorreia os valeiros
As azinhagas do sol em tantas terras
Porque é que tu fazes do sol uma das tuas guerras?
Nenhum poeta de facto se sente maior que o sol
Nem maior que o sol da imaginação do sol de outro poeta
Se assim é! Porque me queres retirar do meu sol?
Que é o teu sol. No sol do nosso sol de rima aberta!?
ALBERTO DE CANAVEZES
RECADO PARA O MEU FILHO TIAGO JORGE. LEMBRA-TE QUE EU JÁ TE ESCREVI PARA O TEU SOL O SEGUINTE:
A vida nem sempre nos deixa demonstrar as nossas capacidades sem que primeiro saibamos sentir o sabor do caminho que temos que caminhar. Teima lutar pelo teu sonho e procura sorrir. Eu estarei sempre ao teu lado e quando precisares sabes que te estenderei sempre a mão... Quando mais tarde me olhares nos olhos e afagares um dos meus cabelos brancos saberás de que cor é o vento!
ALBERTO DE CANAVEZES