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quinta-feira, 29 de março de 2012

POEMA - O sol do sol.

O sol de meu sol não é só meu.


Pois o sol quando dimana


É sol para qualquer um.


A minha sombra tem o seu sol


A tua tem o seu sol também.


Ninguém tira o sol de ninguém.


O sol é vasto…


Imenso de sol.


Ele apascenta a sol, a sua fome


Tanto ao nosso lado em sol


Como em sol... no pasto.


Cada raio de sol é luminoso


E o seu sol não dorme.


O sol cresce num raio de sol em sol


E muito sol não será teu nem meu


É de todos o sol…


O sol nasce no singular


E torna-se o sol de todos em colectivo


É sol em pedra angular


Em pronome de sol e de sol em adjectivo.



Cobiças o meu sol porquê?


Se ele também é o teu sol


É o nosso sol numa partilha de vida.


Cada um de nós nasce num só sol


E esse sol é uma dádiva


Num sol que é de todos


Numa montanha de sol


E planície de sol…


Se o sol calcorreia os valeiros


As azinhagas do sol em tantas terras


Porque é que tu fazes do sol uma das tuas guerras?



Nenhum poeta de facto se sente maior que o sol


Nem maior que o sol da imaginação do sol de outro poeta


Se assim é! Porque me queres retirar do meu sol?


Que é o teu sol. No sol do nosso sol de rima aberta!?


ALBERTO DE CANAVEZES



RECADO PARA O MEU FILHO TIAGO JORGE. LEMBRA-TE QUE EU JÁ TE ESCREVI PARA O TEU SOL O SEGUINTE:


A vida nem sempre nos deixa demonstrar as nossas capacidades sem que primeiro saibamos sentir o sabor do caminho que temos que caminhar. Teima lutar pelo teu sonho e procura sorrir. Eu estarei sempre ao teu lado e quando precisares sabes que te estenderei sempre a mão... Quando mais tarde me olhares nos olhos e afagares um dos meus cabelos brancos saberás de que cor é o vento!


ALBERTO DE CANAVEZES