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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

POEMA – A noite aos pés do Olimpo



Ontem pela noite escalei ao Olimpo

Subi. Subi. Ascendi… e sem ter medo

Vi estrelas talhadas no Azul do Roxo

E vi Coimbra a seus pés num enredo.


Passei de soslaio no Caneiro. Galguei.

Subi. Subi. Cresci num ápice e apego.

Vi a lua a evocar nomes ao Mondego

E abjurar luz em Lorvão ao Convento.   

E Subi… subi… subi …

E não tive mais estrada…

Encantei-me.

- Que alento!

Arrebatei-me.

Apareceu uma aragem de quimera…

Abri um portão sem aldraba

E deslumbrei-me…

A acariciar a Primavera:

- Coube no além de mim e no antes do eu

E apareceram sombras da minha infância

Por ruas cobertas de vultos e sonhos meus

Namorado ao afago em algo de confiança.


Desconfio que vi um Santo a fingir rezar

E entalho a certeza que um Ateu o rezou.

O Roxo… é uma aguarela linda de pintar

Num pedaço de terra que ninguém criou.

Alberto de Canavezes