Ontem
pela noite escalei ao Olimpo
Subi.
Subi. Ascendi… e sem ter medo
Vi
estrelas talhadas no Azul do Roxo
E
vi Coimbra a seus pés num enredo.
Passei
de soslaio no Caneiro. Galguei.
Subi.
Subi. Cresci num ápice e apego.
Vi
a lua a evocar nomes ao Mondego
E
abjurar luz em Lorvão ao Convento.
E
Subi… subi… subi …
E
não tive mais estrada…
Encantei-me.
-
Que alento!
Arrebatei-me.
Apareceu
uma aragem de quimera…
Abri
um portão sem aldraba
E
deslumbrei-me…
A
acariciar a Primavera:
-
Coube no além de mim e no antes do eu
E
apareceram sombras da minha infância
Por
ruas cobertas de vultos e sonhos meus
Namorado
ao afago em algo de confiança.
Desconfio
que vi um Santo a fingir rezar
E
entalho a certeza que um Ateu o rezou.
O
Roxo… é uma aguarela linda de pintar
Num
pedaço de terra que ninguém criou.
Alberto de Canavezes