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terça-feira, 24 de abril de 2012

O 25 de Abril... a data primeira do ano um - SEMPRE.

Hoje apetecia-me dar duas bordoadas em alguns políticos que defraudaram em mim o meu espirito de 25 de Abril. Eu, que em menino e moço, gritei com os demais populares, “o povo unido jamais será vencido”. Hodiernamente - nas causas ignóbeis de agora - estou esmaecido e derrotado, manietado na minha cidadania, violado nas delegações de representatividade que trespassei a troco de um voto e enxovalhado pelos “troikanos”. Nunca fiz o jogo duplo de agradar a “gregos” ou a “troianos”. Sempre colhi da irmandade pública a perceção que os meus cincos sentidos conseguiam interpretar e aclarar. Dosei essa clarividência social para o tal sexto sentido que todos no arrogamos de possuir, após augurar o que ademais vinha e vem por aí. E no caminho que calcorreamos as pedras da calçada começam a ficar levadas e sem fermento, o mesmo que dizer, pouco lêvedas. Porquanto, figuras gradas da nossa desdita democracia e adulterada república, enviaram à procedência, convites para hoje – trinta e oito anos – para se solenizar a data primeira do ano um, desta pouca vergonha de agora. A revolução que escarneceu uma ditadura com uma cantiga intitulada “E Depois do Adeus” imortalizada pela voz única de Paulo de Carvalho. Soberbo poema de José Niza e música de José Calvário. Vencedora do Festival da Canção de 1974, e representante de Portugal no Festival da Eurovisão nesse mesmo ano na Inglaterra (Brighton) em 6 de Abril. Tendo como coadjutora “Grândola Vila Morena” do sempre presente Zeca Afonso. (Tem este preâmbulo histórico a intenção de descongestionar o meu revolucionamento a propósito desta depauperada praxis republicana que nos embutem momentaneamente -dia após dia - e por doses agonizantes.)
Queria eu dizer que o Dr. Mário Soares e o Poeta Manuel Alegre vão-se juntar aos Capitães de Abril e pura e simplesmente não se pretendem misturar com esta tralha “socrática” e “passadista”. Os que nos enfiaram nisto e os que nos fazem sangrar neste martírio.  É assim que eu entendo a sua ausência. E como tal, sou interdependente. Mas…
ALBERTO DE CANAVEZES/JORGE GONÇALVES