Por vezes é necessário dar dois passos atrás para se poder arribar a marcha no intuito de alcançar o objectivo a que nos propusemos. Assim como essa estratégia pode-nos permitir saber os caminhos que calcamos e que companhias nos envolvem nesse percurso. Obviamente que o silêncio é de oiro e de ouro é também as suas vozes. É que no silêncio político existem dois brados. O grito conservador e o berro revolucionário.
Apraz-me registar uma nova indumentária de cidadania – “Ideais do Centro, Discutir Ideias … – só que a descambar para partido político só porque sim ou porque não, deixa-me apreensivo. Já há muito que no âmbito local exprimo a necessidade de se edificar um Movimento Cívico. Um pólo de convergências de desígnios. No intuito de reagrupar eleitorado dado ao tosco, que se fecunda e marina na varinha de condão de um exímio “senhor” que tendo um olho – para a coisa – divide para sobrepujar…
Como contributo para tal embrião, apetece-me dizer que antes de se dar uma matriz filosófica ao nado, estendamos as mãos ao possíveis consumidores do artigo em democracia – o povo que nos rogamos de pretender representar - na finalidade de se fazer um baptismo apropriado. Querendo dizer com isto, que, se formos capazes de criar cumplicidades de identidade social com quem se permite obedecer ao situacionismo por desleixo democrático, antes durante e após exercer o que de mais alienável patenteia o sufrágio universal. Já que está na nossa tomada de decisão a livre opção de escolha. Ninguém em Portugal com responsabilidades em cargos políticos - emanados dos círculos eleitorais – se auto proclamou sem a submissão da vontade popular.
Para mim – é minha convicta opinião – que o problema está na nossa conduta como não desfrutamos da nossa cidadania em democracia. O nosso grau de exigência é nulo. O nosso poder de reivindicação é ambíguo. A nossa capacidade de transfere de compromissos é congénita. E o nosso maior bem – a cruz no boletim de voto – é de um conservadorismo bacoco. Congeminada na máxima, “estes já nós conhecemos”… “estes que se apresentam não lhes sabemos as manhas”. Não somos audazes. Cultivamos o esbanjamento de munições. Não deciframos que está num simples gesto, “abater” o vírus que nos assola e esterilizar a sua área a montante e a jusante para que a causa publica seja mais – e melhor – saudável
“Ser ou não ser eis a questão.”
Haja vontade da nossa parte que as coisas mudam. Basta só levantar o tapete para sacudir o pó. A mobília arreda-se. Podem crer.
Diz-se, que a curiosidade matou o gato. Mas quem matou o “rato” na falta do “gato”?
ALBERTO DE CANAVEZES