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terça-feira, 31 de julho de 2012

Um partido sem bases não faz uma nova democracia. DIVAGAÇÕES

Qualquer Movimento Cívico que se oficialize em Partido Politico sem se expor ao voto popular nas Eleições Autárquicas está condenado ao fracasso. A essência da afectividade política nasce da partilha de identidades e afinidades da mensagem com a realidade dos episódios locais. Não preciso de divagar muito sobre esta matéria. Vasta reflectir sobre o partido da Nova Democracia do Dr. Manuel Monteiro. Poderia invocar outros, mas este partido pretendia estar situado ao centro do Bloco Central. Boas ideias. Um contributo apreciado. Mas sem implantação popular. Falta-lhe bases. Falta-lhe cariz subjectivo de compromisso. Uma identidade referencial.
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Obviamente que é a minha opinião. Vale o que vale. Susceptível de críticas e de melhor opinião. No entanto existem idiossincrasias implantadas na nossa génese histórica que definem bem o motivo do meu raciocínio. O ADN da nossa praxis política não nos permite subalternizar a base. A essência desta República foi alicerçada na descentralização dos poderes. Se foram bem conseguidos ou não, isso é outra questão. Agora os aparelhos dessa essência estão em todas as esquinas… e mantêm-se porque a militância dos partidos do sistema proliferam nos cargos públicos. A nomeação existe, é uma trasfega natural. É a submissão da causa pública ao aparelho partidário da “Trilha do Centrado” = PS/PPD-PSD E CDS-PP. O sustentáculo desta sobrevivência – infelizmente - está inclusive na apresentação das mesmas pessoas a várias Assembleias de Freguesia no mesmo concelho. Sem falar também na listas apresentadas à Assembleia Municipal e Município. É um subterfúgio praticado por todos os Partidos políticos no contexto nacional. Dá dinheiro.  
Para reforçar a minha teoria veja-se a força do PCP que incide nas Autarquias Locais na Região Sul que ainda consegue resistir ao virar dos tempos. Finca-se na obra dos seus Autarcas para prevalecer…
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Em suma e resumindo a questão, não me parece viável um partido numa primeira fase com cariz alicerçado em vontades intelectuais geográficas muito próximas – independentemente das suas exegeses nacionais e internacionais – possa descurar a seu crescimento local no intuito de induzir o seu crescimento para outras latitudes.
Não vivemos num período revolucionário. Resistimos a uma insolvência de valores democráticos contextualizados na sobreposição economicista dos mercados. O mercantilismo económico espraia-se em todos os países sem excepção. Independentemente do seu estatuto democrático ou totalitário… Haja dinheiro que por cima de dogmas o negócio faz-se… … Poucos repararam que a queda do Muro de Berlim, deixou-nos órfão de um árbitro: - Pacto de Varsóvia. Não sendo apologista desse regímen… nada ficou que se sobrepusesse ao outro “beligerante”: - Organização do Tratado do Atlântico Norte. Resta o livre arbítrio das subvenções… e promiscuidade de interesses obscuros. Juros… e esbanjamentos sobre os juros… parcerias perniciosas… etc.        
Confesso que pugno para estar errado. Mas infelizmente de todo não o creio. Pois, as intelectualidades que apresentam este novo sentido de democracia (Ideais do Centro…) merecem-me muita consideração.
JORGE GONÇALVES