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terça-feira, 10 de julho de 2012

Poema a minha Mãe - Princesa das Jovens da sua idade.

A velhice é demais.
È mais que tudo
muita juventude reunida.
É o certificar uma longa temporada
que se efectua pela vida.

No palmilhar de tanta estrada
só existe um caminho sem fugida  
viva-se no raiar da sua alvorada
o prelúdio de sempre começar
o fim mais perto da partida.

Ser velho
é ser eternamente jovem
é teimar viver
suavemente
nuns braços ocultos que nos acolhem.
Ser velho
é ter nuvens nos dedos que nos chovem
cócegas de enleios e afectos
que nos bafejam e explodem
com afagos de semblantes bem abertos.

Ser velho
é ser a minha mãe
numa ruga (e cabelo alvo)
que se rasga  no meu rosto
que resguardo
no nascente do poente posto
e do seu amor
a salvo.
ALBERTO DE CANAVEZES